ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 27-4-2006.
Aos vinte e sete dias do mês de abril do ano de dois
mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Cassiá
Carpes, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Carlos Todeschini, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Mônica Leal, Paulo
Odone, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 868 e 870/06
(Processos nos 2249 e 2251/06, respectivamente); pelo Vereador
Carlos Comassetto, o Pedido de Providência nº 697/06 (Processo nº 1899/06);
pelo Vereador Carlos Todeschini, os Pedidos de Providência nos 755,
757, 758, 759, 760, 761, 762 e 763/06 (Processos nos 2026, 2030,
2032, 2033, 2034, 2035, 2036 e 2037/06, respectivamente); pela Vereadora
Margarete Moraes, o Pedido de Informação nº 105/06 (Processo nº 1931/06); pela
Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de Providência nº 862/06 (Processo nº
2236/06) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 029/06
(Processo nº 0838/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
10120888, 10121187, 10121551, 10121801 e 10121949/06, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde; Comunicados nos 36603/06, do Senhor
José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação – FNDE, e 41724/06, do Senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Na ocasião, o Senhor Presidente
informou a ausência do Senhor Iran Fernando da Rosa, Presidente do Conselho
Diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio Grande do
Sul, entidade que faria uso da Tribuna Popular no dia de hoje. A seguir, constatada
a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pela Vereadora Mônica Leal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES,
hoje destinado a homenagear o Exército Brasileiro, nos termos do Requerimento
nº 024/06 (Processo nº 1056/06), de autoria da Vereadora Mônica Leal.
Compuseram a Mesa: o Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre; o Desembargador Vasco Della Giustina, Vice-Presidente do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o General-de-Divisão José Carlos de
Nardi, Comandante da 6ª Divisão de Exército, representando o Comando Militar do
Sul; o Major-Brigadeiro-do-Ar Wilmar Terroso Freitas, Comandante do V Comando
Aéreo Regional – COMAR; o Capitão-de-Fragata Nelson Nunes da Rosa, Delegado da
Capitania dos Portos; e o Coronel Pedro Américo Leal, representando o Conselho
de Cidadãos Honorários de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente convidou a
todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional, executado pela Banda do Comando
Militar do Sul, regida pelo Tenente Paulo Sérgio, e, após, registrou as
presenças, como extensão da Mesa, dos Generais-de-Brigada Luiz Adolfo Sodré de
Castro, Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul, e João César Zambão da
Silva, Comandante do Comando da Artilharia Divisionária da 6ª Divisão do Exército;
do Coronel Irani Siqueira, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul; e do
Engenheiro Carlos Geyer. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal discorreu
acerca do papel desempenhado pelo Exército Nacional no processo de construção
da história brasileira, declarando que essa instituição é reconhecida pelos
programas assistenciais que desenvolve e pela atuação decisiva na defesa da
autonomia e soberania do País. Também, relatou sua experiência junto ao
ambiente militar, citando a convivência com seu pai, Pedro Américo Leal,
Coronel do Exército e ex-Vereador deste Legislativo. Em prosseguimento, o
Senhor Presidente convidou a Vereadora Mônica Leal a proceder à entrega, ao
General-de-Divisão José Carlos de Nardi, de Diploma alusivo ao Dia do Exército.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen expressou seu orgulho por
participar da presente solenidade, informando ter sido Oficial do Exército e
creditando a essa entidade muito de seu desenvolvimento como ser humano e
cidadão. Nesse sentido, relatou que o Exército Brasileiro teve seu início no
ano de mil seiscentos e quarenta e oito, sendo sua gênese marcada pela miscigenação
social, racial e ideológica e pelo objetivo primordial de defesa do povo e do
território brasileiro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen,
dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, lembrou a participação
dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial e em missões de paz hoje
instaladas em diferentes países do mundo. Ainda, discursou quanto às mudanças
tecnológicas observadas na história recente do Exército e afirmou que o heroísmo,
o patriotismo e a solidariedade são conceitos que integram o quotidiano da vida
militar. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá Carpes saudou o Exército Nacional,
avaliando a proximidade observada no País entre os membros dessas instituição e
o povo brasileiro. Além disso, defendeu a ampliação de programas militares de
assistência social e de apoio à formação pessoal e capacitação profissional, em
especial junto aos jovens, salientando a importância desses projetos para a geração
de emprego e renda e para o combate à violência e à criminalidade. Em seguida,
o Senhor Presidente concedeu a palavra ao General-de-Divisão José Carlos de Nardi,
que procedeu à leitura de mensagem encaminhada pelo General Pinto Silva, Comandante
Militar do Sul, de agradecimento à homenagem hoje prestada pela Casa ao
Exército Brasileiro. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em
pé, ouvirem a Canção do Exército e o Hino Rio-Grandense, executados pela Banda
do Comando Militar do Sul, regida pelo Tenente Paulo Sérgio. Às quinze horas e
doze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES,
a Vereadora Neuza Canabarro referiu-se à Comissão de Inquérito instaurada na
Casa para averiguar os índices de afastamento de servidores por biometria,
comentando pré-relatório elaborado por Sua Excelência acerca do assunto. Ainda,
informou cronograma de visitas programadas com o fim de buscar dados para as análises
finais dessa Comissão, destacando a influência da fiscalização deste Legislativo
para a otimização dos serviços públicos oferecidos aos porto-alegrenses. Em
COMUNICAÇÕES DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson aludiu à trajetória profissional
do Senhor Alceu Collares, declarando que a atuação de Sua Senhoria como
Vereador, Prefeito, Governador do Estado e Deputado Federal foi caracterizada
pela competência, ética, honestidade e responsabilidade. Nesse contexto,
lembrou que a transferência da Câmara Municipal de Porto Alegre para o atual
prédio do Palácio Aloísio Filho, ocorreu há vinte anos, na gestão desse
político à frente do Governo Municipal. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos
Todeschini citou reunião a ser realizada hoje, entre Vereadores e o Prefeito
Municipal, para debate da transferência das Vilas Dique e Nazaré, em face de
obras no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Também, avaliou denúncias divulgadas
na imprensa, de irregularidades envolvendo ex-integrantes do atual Governo
Municipal, e convidou para Audiência Pública sobre segurança, a ser realizada
no dia vinte e seis de maio do corrente, neste Legislativo. O Vereador Ibsen
Pinheiro analisou alterações verificadas nas últimas décadas nos subsídios
recebidos por parlamentares brasileiros, afirmando que se observa uma
diminuição da parte fixa desses valores e sua substituição por adicionais
variáveis que prejudicam a imagem do legislador junto à população. Nesse
sentido, declarou que o País passa por um processo de “intimidação” do trabalho
parlamentar, sublinhando que um Poder Legislativo valorizado é essencial para a
preservação da democracia. O Vereador Elói Guimarães comentou encontro mantido
ontem, em Brasília, com integrantes do Ministério das Cidades, na busca de soluções
para o reassentamento de famílias da Vila Dique, atingidas pelas obras de
ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Além disso, solicitou maior
observação dos dispositivos regimentais quanto às competências específicas das
Comissões Permanentes, para que não ocorram ingerências e duplicidade de ações
no atendimento à comunidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes
enalteceu o gerenciamento, pelo Governo Municipal, do Programa de Orçamento
Participativo, destacando a conclusão de obras definidas pela população e não
realizadas durante o Governo anterior. Nesse sentido, enfatizou que a recuperação
financeira da Prefeitura Municipal proporcionou a retomada de trabalhos paralisados,
em função da contratação de crédito junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O Vereador João Antonio Dib cobrou maior efetividade dos Senhores Vereadores
nos trabalhos deste Legislativo, mencionando dificuldades enfrentadas, em
decorrência de quórum, na Comissão Especial instaurada neste Legislativo para
apurar o alto índice de afastamento de servidores municipais por biometria.
Também, contestou as Representações Externas desta Casa sem votação em Plenário,
argumentando que Requerimentos nesse sentido deveriam ser apreciados pelo
Plenário. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos critérios
utilizados pela Mesa Diretora na concessão de autorização para que os Senhores
Vereadores possam representar externamente este Legislativo, tendo o Vereador
João Antonio Dib se manifestado sobre o assunto. Também, o Vereador Carlos Todeschini
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
autorização para que os Vereadores da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos
Humanos e Segurança Urbana pudessem se ausentar da presente Sessão, a fim de
participarem de reunião com o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre e com o
Secretário de Governança Local, para tratar de questões relativas ao
reassentamento de famílias que moram nas proximidades do Aeroporto
Internacional Salgado Filho. Ainda, por solicitação do Vereador Dr. Goulart,
foi realizado um minuto de silêncio, em homenagem póstuma ao Senhor Nélson
Fachinelli, falecido no dia de ontem. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Aldacir
Oliboni defendeu o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, de sua autoria,
que veda a prática de nepotismo em todos os níveis da Administração Pública
Municipal. Em relação ao assunto, ressaltou a importância dessa proposição para
este Legislativo, informando que ela deverá ser apreciada pelos Senhores
Vereadores na próxima semana e frisando que Porto Alegre pode ser um Município
pioneiro, se aprovar esse tipo de iniciativa. Em continuidade, o Vereador Elói
Guimarães formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para que os Vereadores da Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação pudessem se ausentar da presente Sessão, a fim de
participarem de reunião com o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre e com o
Secretário de Governança Local, para tratar de questões relativas ao
reassentamento de famílias que moram nas proximidades do Aeroporto Internacional
Salgado Filho. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 030, 074 e 055/06, este discutido
pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 008/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 071,
072, 043/06, este discutido pela Vereadora Sofia Cavedon, e 062/06, discutido
pelos Vereadores Márcio Bins Ely e Carlos Comassetto, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 129/05, os Projetos de Resolução nos
157/05 e 063/06, este discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely. Na oportunidade,
o Senhor Presidente registrou a presença de integrantes da Sociedade Recreativa
Bloco Carnavalesco Academia de Samba União da Tinga. Também, o Senhor Presidente
cumprimentou o Senhor Marcos Ferreira, funcionário deste Legislativo, pela
aprovação, com louvor, da tese de doutorado defendida, ontem, por Sua Senhoria.
Ainda, por solicitação do Vereador Alceu Brasinha, foi realizada verificação de
quórum, sendo constatada a existência do mesmo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Manuela d'Ávila referiu-se à aprovação nesta Casa, ontem, do Projeto
de Lei do Legislativo nº 084/03, que assegura a estudantes o direito ao pagamento
de meia-entrada em espetáculos culturais. Além disso, rechaçou as ameaças de
morte que sofreu anteontem, considerando esse acontecimento prejudicial aos
preceitos da democracia e agradecendo o apoio e a solidariedade manifestados
pelos Senhores Vereadores. O Vereador Luiz Braz discursou em relação à forma
como são concedidas autorizações para Representação Externa deste Legislativo,
defendendo a indicação do Vereador Claudio Sebenelo para a cerimônia de posse
da Ministra Ellen Gracie Northfleet na presidência do Supremo Tribunal Federal.
Também, parabenizou o Senhor Marcos Ferreira pela aprovação da tese de
doutorado defendida ontem por Sua Senhoria, frisando a importância desse
trabalho para o desenvolvimento de exames urológicos. A Vereadora Sofia Cavedon
formulou críticas à gestão realizada pelo Governo Municipal, reprovando a falta
de opções de cultura a preços acessíveis para a população de baixa renda e
divergindo das políticas da Prefeitura, relativas aos funcionários públicos
municipais. Nesse contexto, desaprovou os serviços públicos de saúde
disponibilizados à população porto-alegrense, mostrando-se contrária à redução
da capacidade do Pronto Atendimento Bom Jesus, em decorrência de obras no
local. O Vereador Professor Garcia registrou sua presença nas comemorações do
décimo oitavo aniversário do Programa Socioeducativo da Brigada Militar,
salientando a relevância dessa iniciativa para a inclusão de jovens de baixa
renda no mercado de trabalho. Em relação ao assunto, destacou o alto número de
participantes beneficiados por essa iniciativa e considerou esse Programa um
exemplo de eficácia em políticas públicas voltadas à juventude. Às dezessete
horas e vinte e três minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso
na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada
a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart e Ervino
Besson, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e
secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Não havendo a presença da entidade que
nos solicitou a Tribuna Popular, passaremos ao Grande Expediente.
A
SRA. MÔNICA LEAL (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de
pedir a inversão da ordem dos trabalhos. Solicito que, em primeiro lugar,
passemos ao período de Comunicações, para homenagear o Exército.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Em votação o Requerimento da Verª
Mônica Leal para que passemos, em primeiro lugar, às Comunicações e, a seguir,
ao Grande Expediente. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Neste momento damos início ao período de
Comunicações em homenagem ao Exército Brasileiro, uma proposta da Verª Mônica
Leal.
Convidamos todos a saudarem o Exmo. Sr.
Representante do Comando Militar do Sul, General de Divisão José Carlos de
Nardi, Comandante da 6ª Divisão do Exército (Palmas.); Exmo. Sr.
Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
Desembargador Vasco Della Giustina (Palmas.); Major Brigadeiro-do-Ar Wilmar
Terroso Freitas, Comandante do 5º Comar (Palmas.); Capitão-de-Fragata Nelson
Nunes da Rosa, Delegado da Capitania dos Portos de Porto Alegre (Palmas.);
nosso muito querido
ex-Vereador Coronel Pedro Américo Leal, representante do Conselho de Cidadãos
Honorários de Porto Alegre. (Palmas.)
Como
extensão de Mesa, anunciamos as presenças do General-de-Brigada Luiz Adolfo
Sodré de Castro, Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul; General de
Brigada João César Zambão da Silva, Comandante do Comando da Artilharia
Divisionária da 6ª Divisão do Exército; Coronel Irani Siqueira, Assessor
Parlamentar do Comando Militar do Sul; nosso muito querido Engenheiro Carlos
Geyer.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional, que será executado
pela Banda do Comando Militar do Sul e regido pelo Tenente Paulo Sérgio.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Mônica Leal, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estamos aqui mais uma vez
reunidos em torno das comemorações do Dia do Exército, irmanados em razão dessa
Instituição que engrandece nosso País e influencia, das mais variadas formas,
nossas vidas.
Por
onde tenho andado, falo sempre que o Exército faz parte da minha vida desde que
me conheço por gente, pois, em função da carreira militar do meu pai, Coronel
Pedro Américo Leal, aqui presente para prestigiar esta homenagem, convivi com a
grande família verde-oliva.
Ainda
imbuída pela emoção de ter recebido uma homenagem do Exército em 19 de abril
último, juntamente com os Vereadores Dr. Goulart e José Ismael Heinen, escrevi
algumas palavras, pensando em falar do Exército de maneira mais próxima e menos
histórica, lembrando esse dia: “Respiro fundo e entrego-me a uma sensação de
satisfação que me absorve nos minutos que antecedem o início da cerimônia
festiva do Exército Brasileiro no dia em que comemora 358 anos de existência.
Ouve-se o Hino a Guararapes, e, logo depois, os homenageados põem-se a ocupar
seus lugares numa espécie de fila organizada. Por fim, faz-se um hiato de
silêncio que precede a entrada do General Luiz Adolfo Sodré de Castro, Chefe do
Estado Maior do Comando Militar do Sul, e, na minha vez, recebo de suas mãos a
medalha e o diploma de Colaborador do Exército por serviços prestados à
Instituição. Confesso que jamais senti algo parecido, o que me deixa surpresa,
já que o Exército sempre esteve presente nos meus dias de filha de militar,
quando, levada pela mão de meu pai, acompanhei acontecimentos importantes da
sua história.”
Mas
hoje é diferente, estou do lado de cá da arquibancada, como uma homenageada. O
sentimento é tão intenso que chega a ter um corpo, um peso, quase uma forma
visível. Não é difícil prever que, daqui por diante, pelo resto da vida, sempre
que ouvir o Hino a Guararapes, hei de lembrar desse momento único.
Logo
penso, então, na maestria do Exército Brasileiro, que ainda preza sentimentos
cívicos, promovendo solenidades tão significativas e marcantes na sua forma de
acontecer, como essa a qual me referi e da qual tive o privilégio de
participar. E penso no Exército de hoje: uma instituição nacional que atravessa
a história do Brasil disposta a vencer barreiras e fazer-se atual, atenta às
transformações do mundo que prioriza o capital humano, que cultiva e ama as
tradições, respeita a ética, pratica as virtudes militares, observa os
preceitos morais e vence preconceitos. E, é muito importante registrar aqui,
passou a receber em suas fileiras as mulheres deste Brasil. Fato que nunca
deixo de mencionar, pois considero isso um passo adiante e uma ampliação de
visão por parte do Exército.
Em
tempos de paz, o nosso Exército está ao lado do povo brasileiro, defendendo
sempre nossas fronteiras, colaborando e participando de campanhas
não-militares, como programas de proteção ambiental, mutirões de vacinação e de
prevenção de acidentes de trânsito. E, em tempos de guerra, ele está distante
daqui, cumprindo missões de paz em território estrangeiro.
A
trajetória sólida e permanente do Exército Brasileiro, desde a Batalha no Monte
Guararapes até aqui, o faz ser a Instituição que é hoje, ele conseguiu
construir uma sociedade que vive e se emociona em torno de seus símbolos,
heróis, feitos e vitórias. Toda nação que cultiva esses símbolos, capazes de
marcar profundamente a formação de seus filhos, desperta sentimentos que
permanecem para sempre.
Desses sentimentos, falo com propriedade, pois,
como já discorri no início deste pronunciamento, cresci dentro dessa família
chamada Exército e sei o quanto esse convívio foi fundamental para minha
formação pessoal e profissional, eu fiquei, desde lá, profundamente marcada e
para sempre tocada por tudo o que o Exército cultiva e semeia.
E, pelas comemorações desta data tão significativa,
faço, com emoção, esta homenagem como Vereadora, em nome da Bancada do Partido
Progressista - dos Vereadores João Antônio Dib, João Carlos Nedel -, na Casa
que representa o povo porto-alegrense, com a certeza de que esse é um
sentimento de todo o brasileiro. Parabéns e muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Luiz Braz.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Começo este
momento, que me cabe com muita honra, com muita emotividade, parabenizando a
nobre colega Verª Mônica Leal por esta oportunidade ímpar de podermos todos
nós, filhos desta Pátria, homenagear o Dia do Exército.
Mais
do que parabenizar o Exército pelos 358 anos dedicados à defesa da soberania
nacional, gostaria de dizer do meu orgulho em pertencer a essa Força, motivo
pelo qual meu coração está, mais do que dos outros dias, em festa. Fui Soldado,
fui Cabo, fui Sargento, fui Oficial, hoje, com muito orgulho e com muita
responsabilidade, ocupo o cargo de Vereador da minha querida cidade de Porto
Alegre.
Ao
Exército devo, e muito, a minha formação como ser humano e cidadão. Foram
longos anos de caserna - e vejo muitos irmãos presentes nesta homenagem que
passaram pelas mesmas funções, pelas mesmas graduações na nossa vida de caserna
-, e valores como retidão de caráter, honestidade, princípios éticos e respeito
aos bens públicos, com certeza, foram agregados à minha personalidade, pautando
minha vida em todas as decisões que o cotidiano me impõe. Com isso eu quero
dizer que, para mim e para todos que lá labutam, a caserna é uma escola.
Na
verdade, a história escrita da Força terrestre começa no dia 19 de abril de
1648, no Monte Guararapes, em Pernambuco, quando brancos, negros e índios se
juntaram para lutar contra os holandeses. Foi durante essa batalha, tenho
certeza, que marcou definitivamente o espírito guerreiro do povo brasileiro,
que acabou nascendo a formação básica do nosso Exército. Sua gênese foi a
miscigenação das raças, que persiste até hoje, com muito orgulho, em torno de
um objetivo comum: o espírito de luta em defesa deste chão, em defesa desta
Nação. Era o povo que se unia, independente da cor, independente do credo, ou
da condição social, transformando-se em exército, em destemidos e fiéis soldados,
que honraram a integridade de nossa Pátria.
Como
falar do Exército Brasileiro sem mencionar Duque de Caxias, o seu patrono, o
nosso patrono? A trajetória de Caxias, como líder e chefe militar, revela o
soldado nunca vencido, o homem justo, o pacificador, o estadista, uma
personalidade feita de equilíbrio, força, indulgência e calma, nobreza e
magnitude, exemplo de virtude e heroísmo nacional.
Da
Colônia à República, a atuação do Exército Brasileiro foi sempre decisiva para
defender os limites territoriais e impedir as tentativas de fragmentação do
território pátrio garantindo a consolidação da unidade nacional. Nesse
percurso, muitos homens escreveram com sangue as páginas da nossa história. São
esses heróis que constituem a glória de nosso Exército. Soldados anônimos que
sacrificaram suas vidas pela nossa Pátria no estrito cumprimento do seu dever. Da Guerra da Independência, em 1823, à
Revolução Farroupilha; da Guerra da Tríplice Aliança à atuação da Força
Expedicionária Brasileira, em 1944, foi mais de um século de trajetória, quando
muitos tombaram pelo caminho para garantir a dignidade e a hegemonia de nosso
País.
Peço
para usar os cinco minutos de Liderança, Exmo. Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Concedidos.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Na Itália, foram mais de 239 dias de ação contínua contra o expansionismo
nazista. Nada deteria os destemidos pracinhas, nem o frio intenso nem o fogo
inimigo ou a saudade da terra tão decantada “onde canta o sabiá”. Não voltaram
à terra natal mais de 400 brasileiros; 21 eram gaúchos, e um, Sr. Presidente e
nobres autoridades aqui presentes, era porto-alegrense. Mas as glórias colhidas
em Monte Castello, Montese e Fornovo contribuíram para afastar a sombra
sinistra do fascismo que pairava sobre o mundo. Esses soldados, esses oficiais
não foram lutar por uma redemocratização; eles foram defender a democracia do
mundo contemporâneo da época.
A
partir dos anos 60, com o desenvolvimento econômico e industrial do País, o
Exército passou por importantes transformações, investindo em ciência e
tecnologia de ponta e renovando o sistema de instrução, na busca da
consolidação de uma doutrina militar genuinamente nacional. Nesse cenário de modernidade,
situam-se a Indústria de Material Bélico do Exército - Imbel - e o Instituto de
Pesquisa e Desenvolvimento - IPD -, construindo e avaliando novos materiais,
adaptados ao nosso combatente e à realidade geográfica do nosso País. Em suma,
começa-se a nacionalização, começa-se a fabricação dos nossos apetrechos
militares. Lembro-me muito, General De Nardi, na minha origem, quando 3°
Sargento no Instituto Militar de Engenharia, parceiro do Instituto Tecnológico
da Aeronáutica - institutos de ponta na busca e na conquista das tecnologias
que tanto faziam falta ao desenvolvimento nacional -, no laboratório de
química, das primeiras experiências com o combustível sólido para o lançamento
dos foguetes brasileiros.
Numa
história mais recente, o nosso Exército tem intensificado suas missões de paz
em inúmeras nações que desencadeiam guerras localizadas ou mesmo estendendo a
sua mão amiga em infortúnios que acometam as populações, levando alimentos,
remédios e conforto a todos que necessitam. Os militares brasileiros, à mercê
do excelente desempenho de suas atribuições como combatentes da paz, têm
angariado o respeito e a admiração em âmbito internacional, pela maneira
profissional e competente com que enfrentam os desafios e a forma fraterna como
se relacionam com os povos de todos os Continentes, independentemente de raça,
religião ou regime político.
A
atuação de nossos observadores militares espalha-se nos quatro cantos do mundo:
da Ásia (Índia e Paquistão); no Oriente Médio (Árabes e Judeus); na África (Angola,
Moçambique e Ruanda); na Europa (na ex-Iugoslávia); na América Central
(Nicarágua, El Salvador, República Dominicana e, mais recentemente, a
força-tarefa do Haiti). E conheço um ex-Comandante - Coronel de Engenharia - e
sua esposa que estão se aprontando para desenvolver a sua missão na China.
As
nações, por essas e outras missões, conferem ao Exército Brasileiro uma
projeção de verdadeira grandeza, contribuindo de modo significativo para a tão
sonhada paz mundial. As nações, em proveito do bem-estar do nosso povo e do
desenvolvimento do país, também são dignas de destaque.
A
dedicação da Força terrestre está sempre presente para minorar o sofrimento, a
dor e o desconforto de irmãos brasileiros, de Norte a Sul do nosso País, de
Leste a Oeste, também, seja por ocasião das secas que assolam por vezes o povo
nordestino, das enchentes que desabrigam populações, no auxílio a programas
sociais de saúde, de combate à fome, nos programas de educação às comunidades
carentes e, na nossa Cidade, recentemente, tem prestado ajuda no combate à
dengue. Quando se fala em salvamento de vidas, em situações de extremo risco,
lá estão os nossos heróicos soldados, exemplos de cidadania, de solidariedade e
de dignidade humana.
O
homem, o cidadão, é a essência do Exército, e o Exército Brasileiro, eu tenho a
convicção, pela sua formação, de que é o espelho da alma brasileira. A esses
heróis, braço forte da Pátria, dedicados diuturnamente na defesa territorial e
cidadã de nosso povo, eu quero irmanar-me e dizer o quanto me orgulho em poder
chamá-los de irmãos de farda.
Parabéns a todos os que aqui representam o nosso
glorioso Exército! Que Deus os abençoe e proteja todas suas missões. Viva a
coragem, viva a brasilidade, viva o nosso Exército Brasileiro! Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Cassiá
Carpes está com a palavra em Comunicações.
O SR. CASSIÁ CARPES: Exmo. Sr.
Presidente da Câmara, Ver. Dr. Goulart. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Sr. Pedro Américo Leal, representando o Conselho de Cidadãos
Honorários de Porto Alegre, nosso ex-Vereador, nosso grande amigo, pessoa de
grande capacidade, estou muito satisfeito em vê-lo aqui, Ver. Pedro Américo
Leal. Quero saudar a Verª Mônica Leal, proponente desta homenagem, meus
parabéns.
Tenho muito boas recordações do Exército Brasileiro
desde a minha infância, até hoje os meus pais moram em frente à Vila Militar de
São Borja. Aquela área, para nós, era importantíssima para a prática do
esporte, e nós éramos até incentivados pelos militares para que cuidássemos
dela, para que desfrutássemos daquela belíssima e privilegiadíssima área. Eu
não servi no Exército, não precisei naquela oportunidade, porque praticava
esporte. Eu lembro bem que, quando fui fazer a famosa revisão médica, o Coronel, conhecendo-me, sabendo
que eu praticava esportes desde cedo, olhou para mim e disse: “Olha, tu vais
ter que servir.” E eu fiquei impressionado: “Como é que vou servir? Eu não
preciso, gosto do Exército, mas já estou definido como atleta e estou
estudando, isso vai truncar a minha carreira de atleta.” E ele entendeu, pois
me conhecia, conhecia o cidadão, conhecia aquele que freqüentava a Vila Militar
e que praticava esportes na comunidade. O Exército, no Interior, Ver. Pedro Leal,
tem uma peculiaridade toda especial, tem uma identidade com a comunidade muito
importante, em qualquer aspecto, em qualquer circunstância.
O
meu lado político é conseqüência, eu até faço aqui uma análise política
diferente de muitos, porque eu já era politizado naquela época. O Exército,
muitas vezes, foi desvirtuado pelos civis, atrevo-me a dizer isso, e muitos não
querem ouvir. Os próprios civis, na Revolução de 1964, desvirtuaram o
posicionamento do Exército, tomando decisões, empurrando o Exército para
algumas circunstâncias, às vezes, que até o Exército não queria. Portanto, em
relação ao Exército, não há, no meu conceito, essa pecha de que existe a
ditadura só no Exército. Não, a ditadura está em qualquer cidadão que não tem a
capacidade política de exercer a democracia, a ditadura está do lado da
Direita, mas também está do lado da Esquerda, que, às vezes, é mais ditatorial
do que a Direita. Então, nesse meu conceito, o Exército não propiciou a
Revolução de 1964. Foram os civis que, ao tomarem conta, levaram o Exército a
algumas circunstâncias. Se olharem a História do Brasil, vão ver que, por trás
daquela Revolução de 1964, estão muitos civis. Depois, o Exército, mais
adiante, voltou atrás e, naturalmente, retornou à sua tarefa fundamental, que é
ajudar as comunidades, voltou a prestar aquela solidariedade que jamais
qualquer entidade teve com as suas comunidades. E as comunidades são muito gratas ao Exército.
Quando
o Brasil é grato ao Exército, eu vou lá para a minha longínqua São Borja me
referir ao que conheço do Exército, ao que eu vi do Exército, da participação
junto à população. O Exército tem uma participação constante na vida do
brasileiro. Nós não podemos chamar o Exército somente nas dificuldades, Coronel
Pedro Leal, porque o Exército, muitas vezes, é chamado nas dificuldades. Não! O
Exército faz presença constante na vida brasileira naqueles momentos em que
precisamos de uma capacidade humana, de uma capacidade de regimento, de
mão-de-obra, enfim, isso tudo se apresenta como uma posição digna do Exército,
moral, ética. E a nossa juventude precisa disso, precisa do Exército, sempre
precisou dele para se postar perante o seu futuro. Portanto, como é bom o
Exército. Uns não precisam, mas outros como precisam, Coronel, para mostrar um
Brasil elevado, um Brasil construído por intermédio da nossa personalidade, da
nossa cultura!
Eu
lembro que lá em São Borja o Exército balizou o esporte por intermédio dos
Vargas: o Cruzeiro era dos Goulart, e o Internacional era dos Vargas. Naquela
época, por meio do esporte, era a forma de eles se comunicarem, quem sabe, com
a nossa comunidade, por intermédio do esporte. Portanto, o Exército está
presente, está constante, firme nas ações, serve de exemplo à nossa juventude
principalmente, olhando para frente, olhando para o futuro, o Exército é
fundamental.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, saúdo V. Exª e
parabenizo a Verª Mônica Leal pela iniciativa, saúdo também as autoridades em
nome do General De Nardi. Quero dizer, em nome do PCdoB, em meu nome e da Verª
Manuela, que, nestes tempos de hegemonia neoliberal em que se afirma que o
Estado nacional é algo superado, se afirma que as fronteiras nacionais são
velharias, que não é necessário o Exército nos nossos países de Terceiro
Mundo... Então, é fundamental que esta Casa diga, com todas as letras, que não
há soberania nacional sem um Exército forte, apoiado pelo povo,
tecnologicamente desenvolvido e valorizado. Por isso nós queremos deixar aqui
os nossos parabéns e desejar que o nosso Exército cada vez mais se dedique às
suas tarefas constitucionais, e eu acho que é fundamental defender a soberania
nacional.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Obrigado,
Ver. Carrion.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Cássia. Em nome
do Partido dos Trabalhadores, cumprimento a Verª Mônica e as Forças Armadas
Brasileiras, aqui representadas, que cumprem o seu papel institucional e
constitucional na afirmação e firmação da Nação brasileira. Muito obrigado.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Obrigado,
Ver. Comassetto.
Quero
encerrar, portanto, dizendo que o Exército é para nós uma honra nacional. Eu
considero que o Exército, a família, a religião estão aí nos patamares elevados
de credibilidade. Com a família e o Exército integrados, eu não tenho dúvidas,
formaremos cidadãos, Ver. Pedro Leal, para o futuro, pensando grande, sem o
resquício do passado, olhando para frente rumo ao progresso. O Brasil depende
do Exército e depende de todos nós. Um abraço, obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
General-de-Divisão José Carlos de Nardi está com a palavra.
O
SR. JOSÉ CARLOS DE NARDI: Minha
cordial saudação ao Exmo. Ver. Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, na pessoa de quem saúdo todos os integrantes desta Casa e as demais
autoridades nominadas pelo protocolo.
Senhoras
e senhores, vou ler aqui uma mensagem deixada pelo Comandante General Pinto
Silva, Comandante Militar do Sul, que, por problemas de serviço, não se
encontra presente no Rio Grande do Sul, portanto ele não pôde comparecer a este
evento tão importante para nós, militares, mas deixou esta mensagem (Lê.): “Em
nome do Comando Militar do Sul e do Exército Brasileiro agradeço esta homenagem
prestada à nossa Instituição, em comemoração à passagem de seu aniversário, no
dia 19 de abril, próximo passado.
“Nesta
data, no ano de 1648, travou-se, em Pernambuco, a primeira batalha dos Montes
Guararapes, marco da arrancada vitoriosa na Guerra de Resistência que culminou,
em 1654, com a expulsão dos poderosos holandeses que há 24 anos ocupavam o
nordeste brasileiro. Nela, brancos, índios, negros, cafuzos e mulatos, unidos,
fundiram-se num único coração, no qual pulsava o objetivo de expulsar o invasor.
“Heróis
como Dias Cardoso e Fernandes Vieira, de sangue português; Felipe Camarão, o
índio Poti; o negro Henrique Dias e tantos outros ousaram, pela primeira vez,
falar em ‘Pátria’. Essa luta foi a semente de onde brotou e cresceu nossa
forte, vigorosa e altaneira Instituição chamada Exército Brasileiro. Dessa
forma, o Exército nasceu na luta para defender e servir à Pátria, nasceu
multirracial e democrático.
“Ao
longo do processo histórico-cultural da Nação, ele consolidou tradições e
vocações. Tradições de bravura, sacrifício, desprendimento, participação na
conquista da unidade e integração nacionais, na garantia da soberania e da paz
social. Vocação democrática por representarem, seus membros, um todo uno e
homogêneo, sem se constituírem em casta militar, composto por brasileiros
oriundos de diferentes etnias, classes sociais e credos religiosos, com
igualdade de oportunidades no acesso aos postos da hierarquia militar. Vocação
democrática decorrente de sólida formação, com base nos ideais de liberdade,
dignidade da pessoa humana, fidelidade ao compromisso permanente com a
democracia e repulsa aos extremismos de qualquer origem ou matizes. Vocação de
solidariedade manifestada, sobretudo, na assistência às populações mais
carentes, em especial àquelas situadas nas regiões mais longínquas do
território nacional, bem como em situações de calamidade pública. Vocação para
sintonizar-se com as legítimas aspirações nacionais, mantendo-se afastado de
eventuais disputas entre grupos sociais, econômicos ou políticos, o que
caracteriza uma trajetória de atuação orientada por sua destinação
constitucional e comprometida com os interesses e aspirações vitais da
comunidade nacional.
“Assim,
o Exército Brasileiro nasceu e cresceu com a Nação brasileira e com ela se
identifica. A essa sociedade, livre e democrática, segue servindo. Esta
homenagem prestada pelo Parlamento de Porto Alegre é uma comprovação dessa
afirmação. Agradeço e cumprimento a Exma. Vereadora Mônica Leal pela iniciativa
de propor este período de Comunicações em homenagem ao Dia do Exército. O
Parlamentar, quando fala, o faz em nome da sociedade que representa. Muito
obrigado. General do Exército Carlos Alberto Pinto Silva, Comandante Militar do
Sul.” Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Esta Mesa deseja cumprimentar a
Verª Mônica Leal pela sua indicação, General de Nardi, e aproveita para
cumprimentar, de maneira especial, o nosso Comandante, o nosso querido
Coronel-Vereador Pedro Américo Leal, que aqui me recebeu nos primeiros passos
do Parlamento, indicou-me os primeiros caminhos que eu viria a trilhar nesses
últimos seis, sete anos.
E
aproveito, também - que não me traia a emoção -, para lembrar meu pai, Tenente
do Exército Cléber Piegas Goulart. Ele me aproximou dos caminhos da disciplina,
que eu procurei de longe imitar, mas jamais consegui atingir como ele. Caminhos
que me propiciaram na vida tornar-me um dia um cirurgião, tornar-me um dia um
Parlamentar e, mais ainda, o Presidente da Câmara, com tantos valores como aqui
temos.
Eu
não gostaria que o Exército convocasse as suas reservas. Mas tenho certeza de
que, se um dia, nos tempos da globalização, essa globalização vacilar, nós
teremos, a nos segurar, a segurar a Pátria, as Forças Armadas, a soberania da
Pátria, principalmente o Exército Brasileiro.
Ouviremos,
a seguir, as músicas intituladas “Canção do Exército” e “Hino Rio-Grandense”,
executadas pela Banda do Exército sob a regência do Maestro-Tenente Paulo
Sérgio.
(Apresentação
da Banda do Exército.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Damos por
encerrada a presente homenagem. Peço uma salva de palmas para o Exército
Brasileiro. (Palmas.) Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h12min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 15h20min): Estão
reabertos os trabalhos. A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo. Ver. Dr. Goulart, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, nós estamos ocupando esta tribuna no espaço de
Comunicações com algo que é extremamente necessário e urgente neste dia.
Queremos informar a Casa sobre o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito
que trata das licenças médicas no Município de Porto Alegre.
Nós tivemos um impasse com a solicitação do
pré-relatório, que foi feito, mas que, no entanto, não foi ouvido por quem
pediu. E hoje queremos dizer aos Vereadores que a Comissão Parlamentar de
Inquérito está em andamento. A Verª Clênia Maranhão, Líder do Governo nesta
Casa, pediu desligamento, o qual foi aceito pelo Ver. João Antonio Dib, nosso
Presidente, e a Vereadora foi substituída pelo Ver. Professor Garcia. Portanto,
o Governo estará representado pelo Ver. Professor Garcia e pelo Ver. Elias
Vidal.
Nós estamos, neste momento, elaborando um
cronograma de visitas a determinadas entidades, pois precisamos tomar
conhecimento de documentação existente. Então, isso tem a finalidade, vejam
bem, de informar em que pé estamos com a Comissão Parlamentar de Inquérito.
Essa Comissão Parlamentar de Inquérito se diferencia em muito das Comissões que
há na Câmara Federal. Na Câmara Federal, nós estamos assistindo a Comissões
Parlamentares de Inquérito que estão, através de denúncias, com fato
determinado, investigando ilícitos. Nesse caso aqui, nós não estamos atrás de
ilícitos; estamos atrás de justificativas, de fundamentos, porque o alto índice
de licenças impede o bom desenvolvimento do trabalho da Administração.
Principalmente na área da Educação, onde quem sofre, o grande prejudicado, é a
criança. Por essa razão nós
estamos, então, já em vias de constatar alguns aspectos que foram levantados e
confirmados, e agora é compatibilizar com a documentação.
Eu gostaria de dizer a todos os
Vereadores presentes que a Comissão fará visitas, e a Relatora estará presente
em todos os momentos, acompanhada de, no mínimo, um ou dois Vereadores
componentes da Comissão. Mas, para que os outros Vereadores tenham a informação
e possam, se quiserem, acompanhar, nós trazemos o cronograma: no dia 2 de maio,
terça-feira, no turno da manhã, às 9h, estaremos na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Alberto Pasqualini; dia 2 de maio, às 11h, na Escola Municipal de
Ensino Fundamental Aramy Silva, no Cristal; dia 3 de maio, na Escola Emílio Meyer,
às 19h30min, no turno da noite, porque a Escola só funciona à noite; dia 3 de
maio, às 19h30min, na Escola Municipal Liberato Salzano Vieira da Cunha; dia 3
de maio, às 9h da manhã, na Fundação de Assistência Social, FASC, e, às 11h, na
Secretária Municipal da Saúde; dia 5 de maio, na Secretaria Municipal de
Educação e, às 11h, na Secretaria Municipal de Administração; dia 8 de maio, no
Hospital Porto Alegre; no dia 9 de maio, na Cia. Carris Porto-Alegrense. Após
essas visitas e após ouvirmos os que serão convocados, os representantes dos
funcionários do Município de Porto Alegre, nós encerraremos essa parte e
iniciaremos, então, a etapa de análise, o estudo dos dados e a elaboração do
relatório. E esperamos fazê-lo no dia 8 de junho.
Dessa forma, Ver. João Antonio
Dib, nós estaremos cumprindo uma função que eu considero a mais importante do
Vereador: a fiscalização. Por mais que se considere que essa Comissão não tem
grandes objetos, grandes objetivos a alcançar, eu vou dizer: nós estamos
fazendo o quê? Estamos num momento de terminar com aquela sangria do dinheiro
público, porque é nas pequenas coisas que se perde, não é nos grandes valores.
E a questão de termos funcionários em licença por mais de 30 dias, com
vale-transporte, vale-refeição, com mais de mil dias, dois anos, três anos em
licença saúde e mantendo a convocação por necessidade da função... É aí que os
recursos se perdem, é nisso que queremos auxiliar a Administração Municipal, o
Governo Fogaça, para que ele possa, ainda, antes do término do segundo ano,
traçar os rumos para realmente racionalizar os recursos humanos, físicos e
materiais na Administração Municipal de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereadora. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, quero
saudar a todos.
Sinto-me
honrado, no dia de hoje, por falar mais uma vez desta tribuna no período de
Liderança do meu Partido, o Partido Democrático Trabalhista, em nome dos
Vereadores Nereu, João Bosco Vaz, Márcio Bins Ely, Neuza Canabarro, do nosso
querido Presidente, dos nossos queridos Secretários, Ver. Mario Fraga, Ver.
Mauro Zacher e Ver. Isaac Ainhorn. Falo especialmente de um Parlamentar, pela
sua trajetória, por tudo o que representou na vida pública: o nosso querido e
estimado colega Alceu de Deus Collares. Ele foi Vereador desta Cidade, foi
Prefeito, foi Governador deste Estado, foi por cinco vezes Deputado Federal e
tem recebido, meus caros colegas Vereadores, vários prêmios de entidades e da
nossa imprensa, pelo seu trabalho de destaque dentro do cenário nacional.
Alguns dos Srs. Vereadores devem estar pensando:
“Mas onde o Ver. Ervino Besson quer chegar com seu pronunciamento?” Eu vou chegar lá! Na
segunda-feira está Casa irá completar 20 anos - na segunda-feira. Há vinte anos
esta Casa se instalou aqui, antes a Câmara funcionava no Centro, num prédio que
estava condenado, porque havia um sério risco de vir abaixo. O nosso querido
ex-Governador - e Collares será novamente o Governador do Estado, se Deus
quiser, no próximo ano -, quando Prefeito desta Cidade, com aquele espírito
empreendedor, de conhecimento, de competência, em 45 dias deu condições para
que a Câmara se mudasse. Vejam, V. Exas., que nós estamos aqui até hoje pela
competência do Prefeito Alceu de Deus Collares, que trouxe a Câmara para cá,
que deu condições para que houvesse a mudança para este prédio, onde estamos
até hoje. Meu caro Ver. Dr. Humberto Goulart, veja a competência de um homem
que tem uma trajetória marcante, positiva, de trabalho, de honestidade e de um
vigor jovial, trajetória que no impressiona, que orgulha a todos nós e, tenho
certeza, a todos os Partidos.
Naquele período, eu tive a oportunidade... Eu tenho
os nomes dos membros da Mesa Diretora da época: Presidente André Forster; 1ª
Vice-Presidente, Gládis Mantelli; 2º Vice-Presidente, Nei Lima; 1º Secretário,
Isaac Ainhorn; 2º Secretário, Antonio Hohlfeldt; 3º Secretário, Waldomiro Vaz
Franco. E, daquele grupo de Vereadores, encontrei alguns Vereadores que - minha
cara e querida colega Verª Neuza Canabarro - estão aqui até hoje: Ver. Luiz
Braz, Ver. Elói Guimarães, Ver. Nereu D’Avila e nosso querido Secretário Isaac
Ainhorn. Portanto, são vinte anos de história desta Casa.
Eu
fiz questão, meu caro Presidente, de fazer este registro em nome da Bancada do
PDT, porque o nosso estimado colega, companheiro Alceu de Deus Collares, a sua
trajetória como homem público neste Estado e neste País... E, sem dúvida, no
dia 1º de maio, segunda-feira, meu caro Ver. Elói Guimarães - eu registrei
também que V. Exª naquela época estava nesta Casa -, fará vinte anos esse ato
de bravura, de inteligência, de competência. Quando aquele prédio foi condenado
lá no Centro, Ver. Elói, em 45 dias o nosso querido Prefeito, naquela época,
Alceu de Deus Collares, trouxe a Câmara para cá, e aqui estamos até hoje. Portanto, fica
aqui o nosso reconhecimento, meu caro Presidente, a nossa gratidão, o nosso
orgulho por este extraordinário homem público: Alceu de Deus Collares!
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª
Sofia Cavedon.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público presente e
assistência da TVCâmara, num primeiro momento quero comunicar que hoje, às
16h30min, a CEDECONDH - fizemos um convite também à CUTHAB - fará uma reunião
com o Sr. Prefeito Municipal em exercício, mais o Secretário da Governança
Local e o Diretor-Geral do DEMHAB, a fim de tratar do assunto discutido na
reunião da CEDECONDH na última terça-feira, sobre os reassentamentos
decorrentes da obra do Aeroporto. Agendamos essa reunião, o Governo entendeu
importante, inclusive está convidada a Secretaria de Habitação do Estado. Por
isso, estaremos ausentes do plenário nesse momento, mas estaremos tratando de
assunto do mais alto interesse da Cidade, que são as condições para a
viabilização da ampliação da
obra do Aeroporto Salgado Filho.
Também
quero fazer um registro - já o fiz antes aqui nesta tribuna - relativamente a
uma explicação aceitável, por parte do Sr. Prefeito Municipal, do porquê de
alguns Secretários terem sido afastados de suas funções. E, vejam bem, não
queremos aqui fazer qualquer condenação, de antemão, a qualquer pessoa, mas a
Cidade está a merecer explicações do Sr. Prefeito do porquê de algumas pessoas
terem sido afastadas dos seus cargos. E agora se torna mais preocupante ainda,
pois saem notícias na imprensa vinculando essas pessoas a supostas ações
questionáveis. Então, nós queremos saber do Prefeito, sim, as atitudes,
queremos explicações, motivos sobre o afastamento dessas pessoas na época.
Hoje
de manhã estivemos, a convite, no Fórum da Pontifícia Universidade Católica
Zona Norte, na Av. Baltazar, lá no Instituto São Francisco. Estava conosco a
Verª Margarete Moraes, representando a Verª Maria Celeste, que estava num
programa de rádio, mais a representante da Verª Sofia Cavedon, do Ver.
Sebastião Melo, da Verª Manuela d’Ávila e do Ver. Adeli Sell. Estávamos para
dar encaminhamento a ações discutidas e encaminhadas por aquele Fórum, já há
algum tempo, em relação a problemas de segurança nas escolas. E a situação é
muito preocupante, Verª Margarete Moraes, V. Exª que esteve presente. É notada,
de pronto, uma ausência total do Estado, uma ausência e uma negligência
grandiosa do Governo Municipal e uma incapacidade de resposta por parte da
Secretaria de Segurança do Estado, por meio do corpo da Brigada Militar, a
qual, temos consciência, se esforça para atender, mas, devido ao sucateamento,
devido à falta de recursos, devido à falta de condições, não consegue dar o
atendimento mínimo elementar para aquela comunidade.
E nós queremos fazer uma cobrança muito enfática
ao Governo Municipal, porque ele é o responsável, sim, pela ação direta de várias
áreas que estão completamente negligenciadas ou abandonadas. Por exemplo, o que
é que justifica, o que é que explica não haver, no entorno daquelas escolas,
ruas iluminadas, Ver. Ismael? Não há justificativa. Inclusive, no final do ano,
nós aprovamos aqui a taxa de iluminação pública! Esta Casa a aprovou por
maioria, o que vai possibilitar uma arrecadação significativa! As pessoas estão
sendo assaltadas, violentadas, roubadas, por falta de iluminação pública! O
DMLU não realiza a capina e o corte da grama, e a ação marginal se protege na
vegetação para assaltar os estudantes! As árvores impedem a boa iluminação
pública, facilitando, também, a ação dos vândalos e dos marginais!
Nós
ouvimos relatos profundamente comoventes das Diretoras das escolas que lá
estavam presentes. Falaram, por exemplo, sobre o espaçamento entre os horários
dos ônibus, sobre a falta de policiamento. Essa é toda uma situação vivida,
Ver. Dr. Goulart, que está a afligir uma população de vinte mil alunos!
Por
isso, nós estamos programando, para o dia 26, uma grande Audiência Pública,
porque esta Casa tem de se envolver nesse assunto, e já solicitamos que ela
seja realizada neste plenário. É uma população de vinte mil alunos que está
exposta à violência sistemática, por falta de ações do Estado, bem como do
Poder Público Municipal, que também não está fazendo a sua parte.
Eu
também quero registrar que, no ano passado, houve encaminhamentos. A CECE, Ver.
Adeli Sell, Ver. Sebastião Melo, encaminhou demandas daquela comunidade! E,
pasmem, Srs. Vereadores, nenhuma resposta foi dada até hoje à CECE! Nenhuma das
questões apontadas foi respondida! Então, não é possível! A gente nota que não
há o mínimo de esforço por parte da municipalidade para também fazer a sua
parte, o que diminuiria, e muito, as ações de violência e as ações às quais
aquela população está exposta, especialmente os professores e alunos.
Muito
obrigado pela tolerância. Convidamos todos para estarem aqui conosco no dia 26,
porque precisamos de respostas, especialmente do Governo, que tem de responder
o que foi levantado. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra
em Comunicações, por cedência do Ver. Sebastião Melo.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, quando eu cheguei à
Câmara dos Deputados, há vinte e alguns anos, um Parlamentar ganhava mais ou
menos o equivalente a 11 mil dólares por mês, podia até comprar um carro
brasileiro, popular, por mês, com essa remuneração. E era uma remuneração
destacada, mais do que digna, satisfatória. As alterações que foram ocorrendo
produziram um efeito perverso: a diminuição brutal da remuneração e a sua
substituição por expedientes de diversa natureza. Acho que as Casas
Legislativas têm se intimidado de tal modo que elas alteram algumas regras até
seculares da sua prática, como, por exemplo, o jetom. Uma campanha de imprensa
acabou com o jetom, que era a remuneração por Sessão, quando os Parlamentares
recebiam 50% da remuneração variável e os outros 50% fixos.
Eu compreendo que esse é um assunto desagradável
mesmo, por isso estou falando em Sessão secreta, porque essa matéria não sai
daqui, é de interesse muito peculiar, por isso corresponde a uma Sessão
secreta. A extinção do jetom tornou ilegítima a remuneração das convocações
extraordinárias, porque, durante o período de recesso, a remuneração era
restrita à metade. Essas alterações, produto da intimidação das Casas
Legislativas, vão levar, agora, à redução do recesso, como se recesso fosse
férias. Recesso não é férias; se fosse, tinha que pagar mais um terço, como
está na legislação trabalhista! Além disso, quem goza férias tem relação de
emprego e não pode ser demitido a cada quatro anos.
Então, esse tratamento perverso de férias passa a
idéia de que o recesso é para não trabalhar. Quando me perguntam se os
Parlamentares trabalham durante o recesso, a minha resposta é a seguinte: “Se o
Parlamentar não quer trabalhar, não há quem possa obrigá-lo a fazer. O seu
único patrão é o povo, que, de quatro em quatro anos, pode remover o
preguiçoso”, aliás, é o que faz.
Eu não sei por que o pecado da preguiça, que é o
mais amorável dos pecados, que todos nós praticamos sempre que podemos, é o
mais odiado dos pecados na vida pública e atribuído aos Parlamentares como se fosse
o mais freqüente. Não, pode ficar certo, Parlamentar preguiçoso é Parlamentar
de um mandato só. Quanto aos outros seis pecados capitais, não estou aqui para
fazer restrição. Já ouvi dizer que a cobiça dá voto crescente, já ouvi dizer
que o ódio produz muitas bases eleitorais, e acho até que a luxúria também
aumenta a capacidade eleitoral dos candidatos, mas a preguiça não. Por que esse
ódio, então, à preguiça? E isso intimida as Casas Legislativas, e elas vão
extinguindo o jetom, reduzindo o recesso, comportando-se as Casas Legislativas
como se fossem compostas de empregados e não de servidores do povo.
Nós vamos votar aqui, provavelmente por
unanimidade, a redução do recesso parlamentar. O Parlamento na sua origem, de
mais de seiscentos anos, de origem inglesa, tinha como única atribuição votar o
Orçamento, os demais meses do ano eram de recesso. Depois o Parlamento passou a
ampliar a sua atribuição, especialmente na fiscalização e na produção
legislativa. Mas ainda, sim, é aconselhável que cada Parlamentar tenha a sua
atividade profissional, tenha a sua formação profissional; embora a angústia de
tempo, é possível conjugá-la para os que ainda têm o ânimo e o vigor do
exercício profissional à flor da força da idade, como é o caso da maioria dos
Parlamentares.
Mas esse processo de intimidação, senhores, meus
colegas, está lamentavelmente apequenando a atividade parlamentar, levando a
remuneração a exercer-se por meio de expedientes com aparência escusa. Verba de
gabinete, verba de gasolina... Seria tão mais claro se o Parlamentar recebesse
uma elevada remuneração à altura das suas elevadas funções e não tivesse nenhum
penduricalho, porque, do contrário, a gasolina que se paga aos Vereadores de
Porto Alegre para que não tenham automóvel... Os Deputados Federais recebem
gasolina, os Senadores não, mas essa diferença não é percebida. Cada Senador
tem um carro oficial a seu serviço, com gasolina e motorista. Então, vejam os
Srs. Vereadores como o gasto maior, que é um carro de luxo com motorista e
gasolina, não tem repercussão negativa para o Parlamento, mas o gasto menor,
que é a indenização dos gastos com os carros particulares, esse sim, tem efeito
negativo.
Não sei, Sr. Presidente, se essa intimidação do
Legislativo é num processo inexorável, isso não saberia dizer, mas, se for,
vamos nos preparar para o pior, porque nunca se viu nenhum regime com
capacidade política e moral que não tenha Legislativo altivo e sem medo.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Valdir Caetano.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Vereador-Presidente Humberto Goulart, inicialmente quero agradecer ao Ver.
Valdir Caetano a cedência de tempo. Estivemos fora da Casa, na data de ontem,
em função de compromissos partidários e aproveitamos a nossa ida a Brasília,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores - a custo zero para a Casa, friso -, para ir ao
Ministério das Cidades, juntamente com o Diretor do DEMHAB, Nelcir Tessaro, a fim
de tratarmos de assuntos que pendem de soluções por parte das autoridades
federais, em especial do Ministério das Cidades.
Tivemos a oportunidade de estar com o Dr. Ambrosino
Serpa, que é o Coordenador Nacional do Programa Habitar Brasil/BID, do Ministério
das Cidades, porque se faz necessário que o Ministério, através do seu órgão
competente, dê autorização para
que se concluam as negociações para a aquisição de áreas, etc. Devo dizer que
aquela área inicialmente apontada nas proximidades da FIERGS está absolutamente
descartada, por fatores que constarão de um relatório que deverá chegar ao
DEMHAB de hoje para amanhã, exatamente estabelecido pelo Coordenador Nacional
do Programa Habitar Brasil/BID, Dr. Ambrosino Serpa. E, evidentemente, se
abrirão outras perspectivas para o assentamento das famílias ali da Vila Dique,
para ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
Então
este, em síntese, é o relatório que nos cumpre trazer. Nós aproveitamos a
oportunidade de estarmos em Brasília para estabelecer contatos e o fizemos
juntamente com o Diretor do DEMHAB.
Mas
eu quero suscitar aqui - e esse é um debate que nós temos que fazer, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, inclusive já foi objeto de Ofício ao Sr.
Presidente - a questão das competências das Comissões. As Comissões Permanentes
da Casa têm as suas competências, e, à juízo da Presidência da Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação e de seus membros, está havendo ingerência
em matérias específicas da CUTHAB por parte da Comissão de Defesa do Consumidor
e Direitos Humanos. Essa Comissão pode interferir em questões as mais
diferentes? Sim. Mas há um enfoque a fazer. A questão ligada a assentamentos e
habitação é de competência da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação.
Até porque a constância na convocação de autoridades municipais - tanto de
Secretários como de Diretores - e das comunidades leva a um desgaste, porque
essas populações precisam, e essa é a tônica que estamos dando à Comissão de
Transportes e Habitação... Não queremos fazer mobilização. Absolutamente, não!
Nós queremos tratar dos assuntos para encontrarmos soluções.
Então,
para a Comissão de Transporte e Habitação, não serve comício, não queremos
comício, não queremos estar trazendo gente para Casa: leva, traz, chama Secretário
daqui, dali, de lá para cá. Isso nós não queremos. São Comissões técnicas que
têm que se dedicar a encaminhar assuntos do interesse das populações, porque,
senão, é o que está acontecendo, as populações e todas as pendências terminam
se desgastando. Desgasta-se a Casa, e, de resto, as pessoas perdem a sua
expectativa e perspectiva de virem à Casa. E agora, no dia 9, vamos fazer um
encontro na Casa através de um inventário que estamos fazendo, levantando
pendências, para, reunidos com essas comunidades, mostrarmos a elas: “Olha,
isso vai por aqui, vai por ali”, evitando, exatamente, de passar para essas
comunidades esperanças que não se concretizam.
Portanto,
Sr. Presidente, dirijo a V. Exª este Ofício, para que cada Comissão se atenha
ao seu campo de atividade. As Comissões têm determinado no Regimento da Casa o
seu campo de atividade, e é nesse campo de atividade que têm de atuar.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
eu quero aqui, ocupando o tempo de Comunicação de Líder do Partido Trabalhista
Brasileiro, falar sobre o Orçamento Participativo, até porque estive
recentemente na SMOV e tenho algumas considerações a fazer nesse momento em que
o Governo Fogaça começa a elaborar o Plano do Orçamento Participativo.
Em
primeiro lugar, o Orçamento Participativo só existe, Ver. João Dib, se houver
orçamento, portanto, se não houver dinheiro, não existe Orçamento
Participativo. E o que aconteceu de
1999 para cá? O Governo Municipal, ao ter problemas financeiros, foi acumulando
obras, não as realizava para a população de Porto Alegre. Quando o Governo
Fogaça chegou, em janeiro de 2005, a dívida da Prefeitura era de 175
milhões, e, desses 175 milhões, 20 milhões eram só da Secretaria Municipal de
Obras e Viação, em função dessas obras do Orçamento Participativo e da
Perimetral. Explico que o dinheiro que vem do BID vem para a Perimetral, há uma
contrapartida, automaticamente esse é o mesmo dinheiro que vai para as obras do
Orçamento Participativo.
Eu até entendo que a Secretaria da Fazenda do
Município se expressou mal, Ver. João Dib, quando disse que tinha um superávit
em Porto Alegre. Sim, um superávit anual, mas a Prefeitura de Porto Alegre tem
um déficit nos últimos três anos - 2002, 2003 e 2004 -, coisa que não acontecia
nos 60 anos da Prefeitura de Porto Alegre. Mas aí, para agradar o Banco
Interamericano, o BID, a Prefeitura de Porto Alegre foi dizer que tinha e que
houve um superávit em 2005 de milhões de reais! Conseqüentemente, isso
possibilitou... Descontando os 175 milhões do superávit, ainda ficaram mais de
120 milhões de dívida. Mas
aí deu a impressão a todo o mundo, principalmente ao PT, de que a Prefeitura de
Porto Alegre tinha dinheiro. Não! A dívida continua!
Portanto,
o Orçamento Participativo não vai fazer grandes obras. E há uma discussão,
muitas vezes, de comunidade contra comunidade, Ver. Pinto, ou seja, quem levar
mais gente ganha. Como que essas comunidades vão levar mais gente e ganhar, se
não há dinheiro! Não está definido no Orçamento... Há que colocar o item no
Orçamento, e nós sabemos que o Orçamento, nos últimos anos, é conseqüência de
dinheiro internacional. Se não vier dinheiro internacional para Porto Alegre,
será uma ilusão o Orçamento Participativo. Não irá acontecer, e serão promessas
em cima de promessas, como já aconteceu nos últimos anos do Governo do PT!
Desde 1999 existem obras que estão sendo recuperadas, desde o ano passado para
cá!
Portanto,
agora, parece-me, temos que fazer algumas alternativas e num Orçamento viável.
Por que o Prefeito Fogaça está no Exterior? Para buscar dinheiro internacional
para as grandes obras! O Viaduto Leonel Brizola será feito através do Fonplata,
que é dinheiro internacional. A 3ª Perimetral serviu para as obras do Orçamento
Participativo, para o Conduto Álvaro Chaves, que foi um excedente, numa Emenda
coletiva desta Casa, com todos os Vereadores - todos, de todos os Partidos.
Portanto, aquele dinheiro, ancorado num dólar de quase quatro reais, hoje está
em R$ 2,12, R$ 2,13, R$ 2,15... A Prefeitura até nisso perdeu dinheiro, nessa
comparação, nesse ancoramento do dólar em relação ao nosso real.
Eu
quero alertar: o Orçamento Participativo tem que caminhar, mas sem promessas,
porque, no passado, houve promessas, e temos mais de duzentas obras atrasadas
desde 1999; a Prefeitura, agora, tem que fazer o real! Tratar aquilo que está
no Orçamento, aquilo que tem condições de fazer! Não deve depender de dinheiro
internacional, porque há outras obras. Agora, o nosso Prefeito está buscando
verba para executar essa questão do Programa Socioambiental no Guaíba, em Porto
Alegre. Portanto, pés no chão para o Orçamento Participativo; a Prefeitura deve
fazer aquilo que pode, não deve prometer para a população, como foi prometido
pelo Governo anterior. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador. O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Ibsen Pinheiro falou em Legislativo altivo,
e, para que isso ocorra, algumas coisas são essenciais. Em primeiro lugar, a
responsabilidade; em segundo lugar, a seriedade, o trabalho... E eu fico, às
vezes, muito preocupado. Hoje pela manhã, mais uma vez, reuniu-se a Comissão
Parlamentar de Inquérito que estuda os problemas da Biometria, das licenças
médicas, do excessivo número de licenças médicas na Prefeitura Municipal. Desde
o primeiro momento, nós dissemos, com todas as letras, que não estávamos
procurando irregularidades, que não estávamos procurando culpados, que
acreditávamos que não havia irregularidades ou culpados e que podíamos fazer
alguma coisa para minimizar o problema. Essa Comissão Parlamentar de Inquérito
foi votada e aprovada neste Plenário por unanimidade, os seus integrantes foram
indicados pelas Lideranças dos Partidos, mas a Comissão não consegue se
desenvolver, não consegue buscar os objetivos a que se propõe, ou seja, ajudar
o Executivo a encontrar uma solução para diminuir o número de licenças para
tratamento de saúde. E existe essa possibilidade, eu sei.
Como
Diretor do DMAE, eu fiz diminuírem as licenças, eu sabia o que se tinha de
fazer. Então, nós precisamos estudar. Mas, de repente, começam a surgir
memorandos de Vereadores dizendo que querem ser desligados da Comissão
Parlamentar de Inquérito. Hoje pela manhã, pela segunda vez, nós nos reunimos
para analisar o pré-relatório da Verª Neuza Canabarro, e a Liderança do
Governo, a Líder do PPS, encaminhou à Presidência da Comissão um memorando
simples dizendo que deixava de fazer parte da Comissão, isso sem razão maior, e,
junto, havia um papel dizendo que estaria na Argentina num congresso ou num
simpósio, não sei. Então, é difícil fazer as coisas andarem! É difícil ter
altivez, quando nós não temos responsabilidade, quando nós não temos seriedade,
quando nós não comparecemos ao Parlamento, e temos a obrigação de comparecer.
Eu
vejo, no quadro, duas representações externas da Câmara. Sr. Presidente, eu
quero dizer a V. Exª que não estou sendo representado em lugar nenhum por
ninguém desta Casa, porque, para me representar, teria que ter meu voto, e, se
não recebeu o meu voto, não representa a Casa. Ontem houve um debate lamentável
aqui, sem dúvida nenhuma, porque eu achei que, na posse da Presidenta do
Supremo Tribunal Federal, já que nós temos nove Vereadoras, deveria estar
presente uma Vereadora - poderia haver um Vereador e uma Vereadora, mas deveria
haver uma Vereadora. Deu uma confusão muito grande, eu não queria impedir que o
Vereador que aparece ali como representante, em representação, fosse
representar a Câmara. Não, eu não queria impedir. Mas agora eu gostaria, a
partir de então, quando for para representar a Câmara, que se votasse em
Plenário, que não apenas se encaminhasse como se estivesse representando.
Evidentemente, a Câmara não foi
convidada nem para um evento, nem para outro evento.
Então,
para que se tenha altivez, acho que deve haver seriedade nos procedimentos, e,
quando tiver seu nome numa Comissão Parlamentar de Inquérito, só num caso
excepcional para que o Vereador ou a Vereadora não compareça. Se nós não
cumprirmos com nossos prazos nas Comissões da Casa, se nós não cumprirmos os
nossos prazos para votar os Projetos essenciais à vida da Cidade, nós nunca
vamos ter altivez - e principalmente, Presidente, se nós permitirmos que nos
agridam sem que nada ocorra. Está começando uma série de agressões a esta Casa
sem que haja uma resposta da nossa parte. Então, Sr. Presidente, registro aqui
minha tristeza do que acontece com a Comissão Parlamentar de Inquérito.
Perdeu-se um mês, e nós poderíamos ajudar, e tenho absoluta convicção, tenho
experiência bastante para afirmar o que estou dizendo: nós poderíamos ajudar o
Executivo e, conseqüentemente, ajudar a cidade de Porto Alegre. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Excelência, vamos lá. Primeiro, há um
equivoco no painel, o Vereador não está representando a Casa, o Ver. Claudio
Sebenelo está faltando à Sessão de hoje, para o que solicito que se corrija o
painel. Segundo, esse Vereador foi convidado oficialmente pela Drª Ellen Gracie
Northfleet. Ele ia a Brasília a convite pessoal dela, trazendo-nos toda a
documentação adequada, e, como a Câmara dos Vereadores não havia sido
convidada, disse-lhe que levasse a parabenização da Câmara à Juíza. O Vereador
pediu que, em representando a Casa, tivesse a incorporação das coisas que são
de cotio para esse momento.
Eu
aproveito para dizer-lhe que os Vereadores têm, cada vez que convidados, pedido
para este Presidente para representar a Casa. Como a Casa deve ser
representada, e nós temos que levar a Casa cada vez mais extramuros, por meio
da sua representação, o Presidente tem permitido essa representação. Se isso
começar a trazer problemas para a Casa, solicito aos Vereadores que, uma vez
convidados, não solicitem tal representação ao Presidente, que é sempre
favorável, muito favorável ao Vereador, porque trabalha numa Casa que entende
que o valor máximo é o Vereador, porque é o representante da comunidade, é
aquele para quem nós trabalhamos, para quem eu trabalho numa coordenação muito
difícil, mas não menos prazerosa.
Então,
Excelência, o Ver. Sebenelo aproveitaria o momento da visita para nos
representar. Não está mais representando, conversamos, ele retirou a sua
representação, por escrito, e está lá, faltando hoje, por sua representação.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, eu não desejo dialogar com V. Exª, mas eu não estava, de forma
nenhuma, me referindo ao fato... Referi-me, sim, ao fato de ontem, mas a minha
preocupação é de representar a Casa. Quando o Presidente é convidado, ele pode
designar qualquer Vereador, de preferência da Mesa, não há problema nenhum,
pode designar. O Presidente tem que ser representado, e, se o Presidente é
representado, é a Casa que está sendo representada. Não há dúvida nenhuma, não
estava tentando criar problema para V. Exª, só quero que haja conhecimento:
“Por que não eu? Por que não X, Y ou Z?”. Eu não quero ir a nenhuma viagem, não
quero representar o Presidente fora de Porto Alegre, mas, se houver necessidade
de representação em Porto Alegre, eu estarei à sua disposição.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Eu
não acolhi a sua fala como uma crítica, acolhi-a como uma colaboração e
aproveito para passar aos Vereadores, neste momento, no sentido de que usem
muito critério, de que obedeçam muito ao Regimento e de que não constranjam a
Presidência, que os quer servir. Não acolhi a sua fala como crítica, acolhi-a
como um comentário. E já lhe expliquei por que ele: porque o Ver. Sebenelo
estava como convidado oficial para estar ao lado da Ministra, e a Câmara
deveria estar ao lado da Ministra, por isso a explicação que lhe dou.
O
SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Eu
queria lhe comunicar, como Presidente da CEDECONDH, que nós, membros da
Comissão, marcamos uma Audiência com o Prefeito e também convidamos a CUTHAB,
para tratarmos de assuntos referentes às obras do reassentamento da ampliação
do Aeroporto Salgado Filho, uma questão muito importante. Estamos intermediando
conversações entre Governo, comunidade e contamos com a parceria do Governo do Estado.
Por isso pedimos licença neste momento para nos retirar, estaremos em reunião
com o Prefeito e Secretário da Governança, Sr. Busatto, mais o Diretor do
DEMHAB, e foi-nos dado este horário. Por isso saímos neste momento, por se
tratar de uma obra e de um assunto da máxima importância de nossa Cidade.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Entendido
e concedido.
Esta
madrugada morreu um grande poeta, um poeta popular, um homem que contribuiu
demais para a cultura do Rio Grande do Sul, fazendo o famoso cafezinho do
Restaurante Dona Maria: Nélson Fachinelli. O nosso amigo querido, o nosso poeta
querido, que sempre incentivou os poetas mais novos a se organizarem em
seletas, sempre foi o homem da poesia. Em uma época, ele assinou Nélson da
Lenita Fachinelli; ultimamente, só Nélson Fachinelli. Pranteamos o nosso
querido poeta, para quem solicito um minuto de silêncio em sua memória - Nélson
Fachinelli, o nosso querido poeta morto.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos
ao
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos
acompanha pelo Canal 16 e, de modo especial, lideranças do bairro Ponta Grossa
que aguardam a votação do Projeto que dá novos limites aos bairros. Antes de
entrar propriamente no tema que abordarei hoje, quero falar que, ao contrário
do que disse o Ver. Cássia Carpes, de que pode ser uma ilusão as obras
aprovadas no Orçamento Participativo, o Secretário Buzatto tem dito que não só
vai executar as obras como vai fazer do OP um processo de cidadania. Portanto
referenda, exatamente, o que a população quer, almeja, e, nesse sentido, nós
vamos lutar muito para que aquilo que seja votado como prioridade no OP seja
executado nesta Cidade.
Neste
Grande Expediente, quero fazer um apelo aos nobres Vereadores, às Vereadoras e,
de modo especial, ao colégio de Líderes e da Mesa Diretora, que têm o costume
de se reunir nas segundas-feiras para ordenar os Projetos que serão votados
durante a semana. Nós temos um Projeto de enorme importância para a Cidade, e
os Vereadores estão devendo isto para a Cidade, é o Projeto que proíbe a
contratação de parentes até segundo grau, ou seja, ele proíbe o nepotismo. E
percebemos que, ao longo dos últimos dois anos praticamente, o Tribunal de
Justiça tem sido um instrumento de vanguarda no sentido de que é preciso banir
a prática do nepotismo no nosso País. O Conselho Nacional de Justiça disse isso
no seu parecer, quando proibiu o nepotismo nos tribunais, inclusive deu prazo
para ser eliminado, está vencendo o prazo de noventa dias, e essa prática será
banida nos tribunais.
Essa
atitude acabou, de uma certa forma, motivando as Câmaras Municipais e até as Assembléias
Legislativas dos Estados, serviu de exemplo para toda a Nação, porque há
Projetos nesse sentido há muitos anos, e não estão sendo votados, a exemplo do
Projeto que está no Congresso Nacional. Se votado esse Projeto, não seriam
necessários projetos em outros níveis; uma vez votado no Congresso Nacional,
ele já seria o suficiente, porque acabaria extinguindo a prática do nepotismo
até o terceiro grau na Câmara Federal, incluiria os três níveis: federal,
estadual e municipal. Como isso não está acontecendo, é preciso que nós, Câmara
de Vereadores, sinalizemos de uma forma mais concreta e direta que também não
concordamos com essa prática.
Então,
é nesse sentido o Projeto de autoria deste Vereador, ele proíbe ao detentor do
cargo a prática de nepotismo até o segundo grau, ou seja, Prefeito Municipal,
Vice-Prefeito, Secretário Municipal, Presidente de Autarquias e Vereadores, que
ele possa ser votado nesta Casa.
Pela
primeira vez, no último ano, tivemos uma sinalização positiva de tramitação do
Projeto, que hoje está na Ordem do Dia, devido o entendimento de várias
Comissões na legitimação do Projeto. Por essas razões, o Projeto encontra-se na
Ordem do Dia, e cabe o entendimento dos Líderes e da Mesa Diretora para que ele
seja priorizado.
Nesse
sentido queremos não só priorizar, mas fazer um apelo aos nobres Vereadores e
ao colégio de Líderes no sentido de que possamos ter a votação favorável desse
Projeto, que extingue a prática de nepotismo em Porto Alegre até o segundo
grau. Esse entendimento tem sido possível, porque tínhamos emendas que poderiam
obstaculizar o Projeto, mas ontem tivemos um gesto positivo - e queremos aqui
parabenizar o PDT, através do Ver. Nereu D’Avila: foi retirada a Emenda que
transferia a titularidade, ou a vigência desse Projeto, para a próxima
Legislatura.
Queremos
sinalizar, então, que passamos a ter praticamente a maioria absoluta para
aprovar o Projeto na próxima semana. E cabe o entendimento da Mesa Diretora e
das Lideranças na terça-feira, possivelmente, porque segunda é feriado, 1º de
maio. E não será somente mérito deste Vereador, autor do Projeto, mas também do
Governo Municipal, que demonstrou que deseja banir a prática do nepotismo até o
segundo grau. Quero agradecer esse entendimento, através da Líder do Governo,
Verª Clênia Maranhão, que concordou que priorizássemos o Projeto para a próxima
semana, e, ao mesmo tempo, solicito esse compromisso das Lideranças, para que
então, num gesto de extrema importância, Porto Alegre possa ter o fim do
nepotismo.
Esse
entendimento, muitas vezes, ultrapassa a vontade de alguns Vereadores que, por
sua vez, entendiam que, na medida em que fosse votado o Projeto, haveria a
vigência imediata. Não, esse Projeto prevê a vigência a partir do ano que vem.
Por isso, há um tempo hábil para que os Vereadores e o Executivo possam adequar
aqueles que praticam o nepotismo.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, nós discutimos esse tema,
essa reivindicação, discutimos a priorização da discussão e votação do Projeto
do nepotismo, e já há um acerto entre todas as Lideranças de que a semana que
vem será a semana para essa discussão. O dia privilegiado será quarta-feira. Já
há um acerto bastante grande entre as Lideranças, quero comunicar a V. Exª,
como Liderança do Partido dos Trabalhadores. Ressalto todo o mérito e o seu
grande esforço em constituir aqui uma maioria, para um passo significativo,
mais um nesta Câmara, rumo à República que sonhamos. Uma República
transparente, ética, em que o cidadão tem o controle dos atos do Parlamento, de
forma a distinguir-se muito claramente o que é privado do que é público.
Obrigada.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Eu agradeço,
Verª Sofia Cavedon. Ao mesmo tempo, queremos dizer que a concretização desse
entendimento com as Lideranças dá uma demonstração clara e viva de que Porto
Alegre tem essa possibilidade, através de gestos, de ações, não apenas de
discurso. Que nós possamos, então, ser um exemplo, demonstrando que o nepotismo
é uma atitude que não condiz com os tempos em que vivemos e, por essa razão,
tem que ser banido do cenário nacional, do cenário estadual e do cenário
municipal. Isso a exemplo de muitas Câmaras Municipais que já têm adotado esse
gesto ou essa possibilidade concreta de aprovar, como aconteceu agora, recentemente,
na Prefeitura de São Leopoldo, que demonstrou, por unanimidade, que não terá
mais a prática do nepotismo a partir do próximo ano. Eu quero agradecer a
sensibilidade desse acordo. Então, estaremos, na próxima semana, votando o fim
do nepotismo no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Presidente, em
face de um convite formulado pelo Vice-Prefeito, no exercício da Prefeitura, que
envolve matéria ligada a moradores, assentamentos, matéria que diz respeito à
competência da Comissão de Transporte, Urbanismo e Habitação, gostaria de pedir
a V. Exª licença para que este Vereador e os integrantes da CUTHAB possam se
deslocar ao Paço Municipal para acompanhar a referida reunião. Pediria que V.
Exª relevasse a presença dos Vereadores da CUTHAB para que possamos participar
dessa reunião, pois o
Prefeito vai tratar de assuntos da comunidade.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Concedido, Excelência.
Os demais Vereadores teriam interesse nessa reunião?
O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.) Ausente. Encerrado o Grande Expediente.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 0841/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 030/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Cibilis da
Rocha Viana.
PROC.
N. 1402/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 055/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
institui o monumento ao gaiteiro, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em
homenagem aos gaiteiros gaúchos.
PROC.
N. 1914/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 074/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Danilo
Tiziani.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 2716/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que dispõe sobre a cassação definitiva do
Alvará de Funcionamento dos estabelecimentos situados no Município de Porto
Alegre, cujos funcionários ou seguranças tenham usado de violência no trato com
clientes, conforme especifica, ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO N. 129/05, ambos
de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila.
PROC.
N. 1031/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 043/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
acrescenta dispositivos e altera a redação da Lei n. 6.787, de 11 de janeiro de
1991, que dispõe sobre a política de atendimento dos Direitos da Criança e do
Adolescente no Município, e dá outras providências, e da Lei n. 8.067, de 18 de
novembro de 1997, que acrescenta requisitos à candidatura de Conselheiros
Tutelares, destinando vagas para candidatos graduados e estabelecendo
requisitos à candidatura e ao exercício das funções de membro do Conselho
Tutelar.
PROC.
N. 1607/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 062/06, de autoria do Ver. Jorge Sodré, que
institui, no âmbito do Município, o Programa de Incentivo à Cultura
Carnavalesca, mediante formação técnico-profissional na área.
PROC.
N. 1610/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 063/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do caput
do art. 102 e do parágrafo único do art. 197 da Resolução n. 1.178, de 16 de
julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), divulgando na internet
os projetos e substitutivos incluídos na Pauta e os Anais.
PROC.
N. 1805/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 008/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que estabelece condições para funcionamento de clubes sociais e associações que
estejam impedidas pela Lei Complementar n. 12, de 7 de janeiro de 1975, de
realizar atividades no período noturno, em face da emissão sonora.
PROC.
N. 7242/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 157/05, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei n. 5.811, de 8
de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema Classificado de Cargos e Funções
da Câmara Municipal de Porto Alegre,
mediante a extinção de uma função gratificada de Gabinete de Estudos
Legislativos e a criação de uma função gratificada de Assessor da Procuradoria-Geral.
PROC.
N. 1866/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 071/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Iracema Sommer o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Rua 2044 – Loteamento Timbaúva, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC.
N. 1878/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 072/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Manacá e Rua Álamo os logradouros públicos não-cadastrados,
conhecidos respectivamente como Rua 5049
e Rua 5050, localizados no Bairro Hípica.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta, por cedência de tempo
do Ver. Dr. Pinto. (Pausa.) Ausente. A Verª Margarete Moraes está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para a Pauta. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY:
Exmo. Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar
os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas
galerias, público que nos assiste pela TVCâmara, senhores da imprensa, senhoras
e senhores, hoje venho a esta tribuna, no período de Pauta, para fazer algumas
considerações a respeito do Projeto de Resolução n° 063/06, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, que altera a redação do caput do art. 102 e do
parágrafo único do art. 197 da Resolução n° 1.178, de 16 de julho de
1992, e alterações posteriores - Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto
Alegre. O objetivo do Projeto de Lei de autoria do Ver. Aldacir Oliboni diz
respeito à divulgação na Internet dos Anais e dos projetos e substitutivos
incluídos na Pauta.
Na realidade, ontem estávamos travando um pequeno
debate a respeito desse Projeto, inclusive o Ver. João Dib me aparteou. O que
eu gostaria de trazer para a discussão, para uma avaliação e posterior debate
entre os nobres pares, é que, às vezes, um projeto pode estar na Pauta, e, num
segundo momento, é detectada alguma irregularidade. Inúmeras são as possíveis
irregularidades: a duplicidade de um tema ou de um assunto que está sendo
tratado por dois projetos; algum requisito legal que impeça o projeto de
continuar com a sua regular tramitação, como, por exemplo, um óbice jurídico
apontado pela Comissão de Constituição e Justiça, enfim. Eu gostaria de
manifestar aos Pares - está aqui o Dr. Pinto atentamente nos ouvindo - que o
projeto deveria ir para Internet, Sr. Presidente, a partir do momento em que
passasse pela Comissão de Constituição e Justiça, porque aí então as
informações já teriam passado por um pequeno filtro, elas não estariam
disponíveis... Talvez uma ou outra informação, ou um ou outro projeto poderia
estar disponível na Internet, e, na realidade, num segundo momento, em um curto
prazo de tempo, ele já, de plano, estaria sendo arquivado.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Márcio Bins Ely, é certo que a
população tenha conhecimento do projeto de lei no momento em que ele der entrada
na Casa, para que a população possa ajudar as próprias Comissões com as suas
informações, com suas dificuldades e seus conhecimentos, enfim, para que se
faça um bom projeto. Depois de passar pelas Comissões, de repente fica mais
difícil alterar. Na Pauta já deveria a população tomar conhecimento do
processo.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Está bem, Ver.
Dib, nosso Vereador com grande experiência. Acho importante que possamos ter
interpretações e entendimentos divergentes, mas também, dentro dessa hipótese de
estar contemplando a análise do projeto, com relação aos Anais, eu quero dizer
que concordo com o Ver. Oliboni e acho oportuno que aqueles registros todos, de
anos, de décadas de trabalho, que foram sendo acumulados e fazem parte do
acervo da Câmara, possam estar disponíveis também por essa ferramenta que é a
Internet, talvez um dos veículos mais rápidos de comunicação e de menor custo.
E, num segundo momento, já que ainda me resta algum
tempo dentro deste período, eu gostaria de novamente registrar aqui os meus
efusivos cumprimentos ao Vereador-Suplente do PMDB, Jorge Sodré, pela autoria
do PLL nº 062/06, que está em 2ª Sessão de Pauta. O Projeto institui no âmbito
do Município o Programa de Incentivo à Cultura Carnavalesca, mediante a
formação técnico-profissional na área. Nós também já havíamos tido a
oportunidade de falar sobre esse assunto. E gostaria mais uma vez de reforçar a
minha condição de tradicionalista. Participo do Movimento Tradicionalista
Gaúcho, mas também acho oportuno e importante que todas as iniciativas deste
Legislativo que digam respeito ao fomento da área da cultura - em específico
esse caso, o carnaval - sejam incentivadas, reconhecidas e conduzidas de
maneira a serem aprovadas por esta Casa. Também uma fatia importante da população
porto-alegrense está vinculada ao tema carnavalesco, e nós sabemos da
responsabilidade que tem o Ver. Jorge Sodré com esse tema e o seu envolvimento
com a questão do carnaval. Com certeza ele terá o apoio da Casa para o Projeto,
que busca dar apoio e incentivar o carnaval na nossa Capital.
Meus cumprimentos aqui também, já que estamos
falando de carnaval, à Escola de Samba Restinga, Campeã do Carnaval de Porto
Alegre este ano; meus cumprimentos também ao Prefeito Fogaça, ao Secretário de
Cultura, que tão bem organizaram, aqui na nossa Capital, essa grande festa
durante o mês de verão, no mês de fevereiro. Eu tive a oportunidade de estar lá
e realmente vi que estava muito bem organizada, foi um grande momento, talvez
uma das maiores atividades culturais proporcionada à comunidade
porto-alegrense. Um grande abraço a todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência. Eu queria registrar a presença do dirigente da União da Tinga, Sr.
Paco, da nossa querida Escola de Samba também da Restinga.
Queria parabenizar, em nome de todos os Vereadores,
o nosso Dr. Marcos, nosso Urologista, médico desta Casa, que defendeu tese, que
foi assistida por mim, pelo Ver. João Antonio Dib, pelo Ver. Luiz Braz, sobre o
Marcador PSA, do famigerado e perigoso câncer de próstata. Por que o
cumprimento? Porque o nosso médico obteve da banca nota A em todas as
instâncias. Foi aprovado com nota máxima na sua tese de doutorado. A Casa
sente-se muito honrada.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maria Celeste está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, faço um cumprimento especial às lideranças da comunidade da Ponta
Grossa que aqui estão no aguardo da votação de um de nossos Projetos que está
na Ordem do Dia, aquele que define o limite dos bairros entre Belém Novo e
Ponta Grossa, Projeto de nossa autoria que tramita na Casa.
Mas assomo à tribuna hoje para comentar alguns
Projetos e, ao mesmo tempo, fazer algumas...
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Excelência,
sempre tenho usado o mesmo critério: V.
Exª está falando de qual Projeto em Pauta? Porque não está claro para a
Mesa.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Se V. Exª me
der oportunidade de continuar, ficará claro, não só para V. Exª como para todas
as assessorias aqui desta Casa. Eu estou falando do PLL nº 062/06. Eu gostaria,
Sr. Presidente, que os assessores pudessem se dirigir aos seus Vereadores para
levantar qualquer questionamento sobre outros Vereadores e não diretamente à
Presidência. Isso não está no Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Acatado.
O SR. CARLOS COMASSETTO: O Projeto é de
autoria do Ver. Jorge Sodré. Meus cumprimentos à comunidade que está aqui hoje, que veio lá da Ponta Grossa para
assistir a esta Sessão. Esse Projeto que está em discussão trata do tema do
carnaval, que é um tema rico e que precisa receber uma análise profunda e uma
discussão na nossa Cidade. Por que digo isso? O Projeto de autoria do Suplente
de Vereador Jorge Sodré, do PMDB - inclusive ele é Presidente da Associação dos
Carnavalescos de Porto Alegre -, traz um aperfeiçoamento, uma complementação ao
Projeto de Lei de nossa autoria, aprovado nesta Casa, que criou, no Plano
Plurianual, a Universidade Popular do Carnaval. Nós gravamos a Universidade
Popular do Carnaval no Orçamento que está em vigência este ano, um orçamento de
cem mil reais, para que esta Casa, para que o Executivo, para que a sociedade
possa tratar desse tema, Ver. João Antonio Dib.
Amanhã,
nós estaremos realizando, aqui nesta Casa, um seminário justamente sobre a
Universidade Popular do Carnaval, trazendo uma discussão mais profunda,
inclusive, do Projeto do Ver. Jorge Sodré, trazendo o conceito do Vereador
sobre o programa de incentivo à cultura carnavalesca, mediante a formação
técnica profissional, para que aquele projeto constituído lá no Porto Seco, que
é um investimento de 82 milhões de reais, possa ser utilizado durante todo o
ano e não somente para fazer o desfile de carnaval. Então, esse potencial é fantástico para que possamos fazer o quê?
Formação profissional, formação cultural com o tema do carnaval, podemos formar
pessoas, como o arquiteto do carnaval, o estilista, a costureira, o escultor, o
desenhista, o músico, podemos implantar a fábrica de instrumentos - e que nós
possamos exportar isso para o mundo! Exportar, Ver. Alceu Brasinha, tanto a
qualidade pessoal de formação, como os produtos manufaturados, construídos,
arquitetados, organizados! É isso que nós podemos fazer.
Eu
gostaria que a TVCâmara mostrasse este cartaz, cujo tema vai enriquecer o
Projeto do Ver. Jorge Sodré. (Exibe cartaz.) Haverá um Seminário aqui na
Câmara, aberto pelo nosso Presidente, Ver. Dr. Goulart, que também é um
carnavalesco, e convidamos para estar presente o Secretário da Cultura do
Município, para discutir e aprofundar o Projeto. Além disso, está vindo, nada
mais, nada menos, do que o Secretário que coordena, em nível nacional, as
escolas de fábrica do Ministério da Educação e Cultura, para que também
possamos trazer esse potencial para Porto Alegre. E a nossa disposição, já para
este ano, Ver. João Dib, é construir, com os carnavalescos, com o Município,
com toda a sociedade, a possibilidade de termos os primeiros cursos de escola
de fábrica, o que só virá a potencializar o Projeto do colega Jorge Sodré.
Nesse
sentido, Sr. Presidente, quero convidar todos os carnavalescos para esse
Seminário que ocorrerá amanhã à tarde. Vossa Excelência estará lá fazendo a
abertura desse Seminário, o qual vai enriquecer o Projeto. O próprio Ver. Jorge
Sodré será um dos painelistas no debate de amanhã. O Projeto do Vereador é
bem-vindo, pois qualifica uma idéia, uma força, que é o potencial cultural do
carnaval! Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Ver. Comassetto, esta Presidência
entendeu, depois, a sua fala.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Solicito verificação de quórum, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): (Após a
verificação de quórum.) Há quórum. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
discuto o Projeto de Lei do Ver. Adeli Sell que quer dispor novos critérios
para a candidatura a conselheiro tutelar na cidade de Porto Alegre. O
companheiro de Bancada Adeli tem se manifestado várias vezes sobre sua
inconformidade com a atuação dos conselheiros tutelares, a partir da
preocupação, que é de toda a sociedade de Porto Alegre, com a violência, o
abandono, a situação de rua nesta Cidade. Mas fraternalmente discordo da
solução encontrada e da ênfase que o Ver. Adeli dá às críticas que traz ao
Conselho Tutelar.
É fato que nós temos distorções, que nós não temos
os melhores perfis garantidos por uma mera votação, mas é muito, muito mais
sério, há uma série de elementos que tornaria efetiva a atuação dos
conselheiros tutelares. Em primeiro lugar, o espírito da lei, o espírito da
eleição é importante, ele responde ao que o Estatuto da Criança e do
Adolescente quer trazer, que é um compromisso da sociedade, uma militância da
sociedade com a garantia de direitos, uma presença ativa e comprometida em cada
região da Cidade, uma presença, legitimada pela população, de defensores,
ativadores das instâncias, das instituições, para que a garantia dos direitos
de integridade, de saúde e de educação esteja estendida a todas as nossas
crianças.
Essa é a idéia da eleição. A eleição pressupõe uma
predisposição, uma mobilização popular e um compromisso com uma nova cultura,
porque não se vai garantir a segurança da criança se não se construir uma outra
cultura, uma cultura de proteção, uma cultura de garantia de direitos, que
passa pelo seio da família, que passa pelas escolas, por uma nova postura da
comunidade, das lideranças comunitárias, um compromisso coletivo. A defesa da
criança tem que estar enraizada na cultura do dia-a-dia. Então, esse é o
espírito, e a eleição procura ativar esse espírito, essa consciência de que a
criança não pode ser violentada, de que ela tem de estar na escola.
Ora, após a eleição, muita coisa tem que acontecer
para que isso se efetive, e, entre elas, está a formação, a capacitação dos
conselheiros tutelares; entre elas, está a estrutura para o seu funcionamento:
a kombi, o telefone, a assessoria, o espaço físico, a agilização dos processos e,
principalmente, uma rede integrada de atendimento à criança e ao adolescente,
uma rede que funcione, que dê suporte aos Conselhos Tutelares.
Não adianta o conselheiro tutelar fazer a abordagem
se não há, por exemplo, para onde encaminhar o adulto responsável por aquela
criança para fazer um tratamento de saúde mental. Eu conversava com um
conselheiro tutelar esses dias, e ele me dizia: “Olha, eu não tenho para onde
encaminhar, num tratamento mental, aquela criança ou aquele adulto, e a
situação expõe, coloca a criança em violência. Eu não tenho um abrigo adequado
para separar provisoriamente essa criança da família, eu não tenho
encaminhamento de saúde, não tenho encaminhamento de educação adequado.”
Porque, às vezes, há a vaga, mas não há uma escola flexível, uma escola com o
olhar de inclusão. E assim eu poderia seguir dizendo. Não há encaminhamento,
não há suporte para incluir uma família num atendimento de geração de emprego e
renda.
Na cidade de Porto Alegre já denunciamos e vamos
continuar denunciando: o PETI - Programa Federal de Erradicação do Trabalho
Infantil - não é efetivado, trata-se de recurso público para a criança ser
retirada da rua. Querem instrumento mais forte para o conselheiro tutelar, que
faz a abordagem, que pode encaminhar a família para receber o recurso, para a
criança ficar em casa e não pedir na rua? Como é que a cidade de Porto Alegre
devolve um milhão cento e poucos mil reais do PETI? Por que não há conselheiro
tutelar atendendo criança? Há conselheiro tutelar atendendo criança. Não há
estrutura na FASC para encaminhar, não há gestão adequada para encaminhar, não
há ação do Governo articulada
com os conselheiros tutelares.
Então,
não vai assegurar que funcione a proteção e a garantia dos direitos que o
conselheiro seja um assistente social, um advogado, ou isso ou aquilo. O que
garante é uma política séria, integrada, de suporte e de condições de
funcionamento dos Conselhos Tutelares e de fiscalização da sua atuação. Essa é
a ponderação que eu faço. Mas o mérito tem o Vereador de colocar um Projeto que
propicia o debate.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou me situar
apenas num dos três Projetos de Lei que hoje estão incluídos na Pauta. (Lê.)
“Institui o monumento ao gaiteiro no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho em
homenagem ao gaiteiro gaúcho”. O Projeto é de autoria do nosso querido
Presidente Ver. Dr. Goulart. Não tenho dúvida de que esse Projeto, que traz uma
homenagem ao gaiteiro, cabe bem, inclusive há uma Exposição de Motivos
historiando como nasceu a gaita, onde nasceu, etc. Excelente! Mas no art. 2º
diz (Lê.): “Caberá ao Poder Executivo angariar recursos junto à iniciativa
privada para a construção do referido monumento”. Ainda que a
Procuradoria-Geral da Casa tenha dito que é legal, regimental e orgânico,
parece a este Vereador que não é nem legal, nem regimental, nem orgânico.
Digo
isso até por experiência, porque já fiz três monumentos: um referente à
homenagem à Missa que o Papa rezou na rótula, que leva hoje o nome de Esplanada
do Vaticano, próximo ao glorioso Grêmio; outro no Largo Edgar Koetz, em
homenagem à mãe, e ele não está sendo cuidado pela Secretaria do Meio Ambiente,
está depredado; e o terceiro em homenagem ao pracinha degolado e à Brigada
Militar, junto à Universíade. Todos os três foram feitos com patrocínio da
coletividade, não foi o Executivo que pediu, foi o Ver. João Dib, o Engenheiro
João Dib - o que quiserem -, que pediu e conseguiu. Sendo que esse em homenagem
à Brigada Militar e ao pracinha degolado, apesar de a lei autorizar a
construção do monumento, a Prefeitura, através da Secretaria do Meio Ambiente e
da SMOV, tentou, por todos os meios, obstaculizar a implantação do monumento.
Mas eu era muito teimoso naquele tempo - acho que agora sou um pouco menos
teimoso - e decidi que ele seria implantando. Na época, convidei até o
Governador do Estado e o Prefeito Olívio Dutra para que fossem lá assistir à
inauguração do monumento. Claro que eles não foram. Mas, na hora certa,
precisa, o monumento foi inaugurado, e está lá até hoje representando a
corporação militar, que nós admiramos tanto - a Brigada Militar -, e
homenageando o pracinha que foi degolado de forma cruel pelos integrantes do
Movimento dos Sem-Terra.
Portanto,
Vereador- Presidente, a idéia é excelente, eu acho que nós podemos até
encontrar algumas pessoas que nos ajudem a fazer o monumento em homenagem ao
gaiteiro, satisfazendo a inteligente iniciativa de Vossa Excelência. Saúde e
PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Excelência, hoje tocou para nós dois dialogarmos, e assim tem que ser para que
se esclareçam as coisas, ainda bem que o Presidente pode fazer e permitir esse
diálogo.
Vossa
Excelência está coberto de razão, está coberto de razão, houve um lapso da
assessoria que fez a redação final do Projeto, que eu mesmo escrevi, não
existia isso no primeiro parágrafo. O primeiro parágrafo era: “... que nós já
temos da iniciativa privada a verba guardada para fazer o monumento”. Vossa
Excelência está coberto de razão. Só me cabe corrigir esse lapso de quem fez
para mim finalmente o Projeto, fazendo uma Emenda, que é o que eu vou fazer
acudindo a sua sapiência e sua experiência. Muito obrigado, Vereador.
A
Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
No
dia de ontem, eu não me senti à vontade para fazer uso da tribuna para relatar
os fatos que aconteceram comigo na terça-feira. E, no dia de hoje, sinto-me na
obrigação, Presidente Ver. Dr. Goulart, não de relatar os fatos, porque eles já
são públicos, Ver. João Antonio Dib, mas de fazer alguns sinceros
agradecimentos àqueles que conseguem entender a verdadeira dimensão do que
aconteceu na terça-feira. Quando recebi o telefonema de minha mãe me relatando
a situação, a primeira providência que tomei, em vez de ligar para os meus
familiares, para os meus camaradas de Partido, foi comunicar o ocorrido ao
Presidente da Casa, porque entendo que nenhum de nós, Parlamentares, nenhum de
nós, de nenhum Partido, com nenhuma divergência ideológica, as quais nós temos,
que são públicas, nenhum de nós pode ser submetido a qualquer prática no
sentido de nos acuar politicamente.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Dr.
Goulart, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, eu quero, mais uma vez, deixar bem claro que o meu companheiro de
Partido, Ver. Claudio Sebenelo, está participando, em Brasília, da posse da
Ministra Ellen Gracie Northfleet na Presidência do Supremo Tribunal Federal,
pagando a sua passagem, recebendo falta aqui neste plenário, inaugurando, para
mim, Ver. Ibsen Pinheiro, uma fase completamente diferente da que nós vivemos
até hoje em termos das representações.
Eu vi esta Casa pagar representações para
Vereadores que foram para a África, para o México, para os Estados Unidos, para
várias regiões, sem que houvesse nenhuma contestação, e este Vereador, nessas
vezes em que a Casa foi representada, votou favoravelmente. Agora, eu também
mudo a minha atitude. Eu não me lembro de ter pedido a esta Casa que me pagasse
representação. Raríssimas vezes fui representar esta Casa, quando dela fui Presidente,
somente em alguns locais onde era extremamente obrigada a estar presente a
Câmara Municipal, mas eu vou mudar a minha posição com relação às
representações que esta Casa também vai fazer, porque, se o meu companheiro de
Partido não pode ir, se, quando vai à posse da Ministra no Supremo Tribunal,
ele tem de pagar a sua passagem, então, eu acredito que tenho todo o direito de
também julgar as outras representações daqui para frente de maneira diferente.
Sr. Presidente, eu quero aproveitar, já que V. Exª
e Ver. João Dib também lá estiveram presentes ontem, para cumprimentar o nosso
amigo Dr. Marcos Ferreira, que é quem orienta o Ambulatório da nossa Câmara
Municipal, pelo show que ele deu ontem diante de uma Banca que o estava
questionando quando da apresentação da sua tese de doutorado. Foi motivo de
orgulho para todos o que vimos V. Sª fazer ontem, diante daquela Banca,
mostrando todo o conhecimento dentro da sua área, que é a Urologia,
demonstrando que é realmente um dos expoentes do Rio Grande do Sul. Isso faz
com que esta Casa se sinta extremamente segura com a sua liderança junto ao
Ambulatório Médico.
E mais do que isso: ontem, acompanhando lá a sua
apresentação de tese e também vendo os professores que se manifestaram,
percebemos que há uma falha na política pública, a qual nós precisamos aqui,
Presidente Dr. Goulart, ajudar a corrigir, porque V. Exª, fora da Câmara
Municipal, é um dos médicos mais importantes da área da ginecologia. Vossa
Excelência sabe muito bem que pode ser de forma precária, mas as mulheres estão
muito mais avançadas nesse trabalho preventivo com relação ao câncer de mama do
que os homens com relação ao câncer de próstata. Estou colocando essas duas
espécies de câncer porque, no trabalho do Dr. Marcos Ferreira, pode ser feita
uma comparação, acho que o índice de mortalidade de um e de outro, mais ou
menos, pode ser comparado. Vejo que falta realmente uma política pública para
fazer com que o homem esteja um pouco mais protegido, assim como a mulher já se
encontra um pouco mais protegida com relação ao câncer de mama.
De acordo com o trabalho oferecido pelo Dr. Marcos
Ferreira ontem, na tese por ele defendida, através do PSA - são kits que
poderiam ser oferecidos aos diversos postos de saúde -, seria possível fazer a
verificação do câncer de próstata nos homens, para que essa mortalidade que nós
vemos hoje entre os homens por causa do câncer de próstata possa diminuir.
Acredito que, além da qualidade do trabalho que V. Sa. nos ofereceu ontem
diante daquela Banca examinadora, fica essa mensagem também; se não me engano,
um professor de São Paulo estava também o questionando, comentando exatamente a
falta de uma política pública, que não é só nossa, do Rio Grande do Sul, de
Porto Alegre, é alguma coisa do geral. Falta aqui no Brasil uma política
pública que possa realmente prevenir, com relação aos homens, o câncer de
próstata. Acho que é uma obrigação de nós, homens.
E aqui vejo que há vários médicos: Dr. Pinto, que é Vereador da minha
Bancada; Ver. Claudio Sebenelo; Ver. Humberto Goulart, que honrosamente para
nós preside esta Casa. Então, com três médicos e pessoas extremamente
importantes, representantes da sociedade que compõem aqui este Plenário, eu
acho que poderia ter chegado a hora de nós, de alguma forma, pressionarmos a Secretaria
da Saúde do Município, para que a gente possa realmente ter um trabalho melhor
com relação à prevenção ao câncer de próstata.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O Araújo Vianna é para ser um lugar do encontro,
um lugar que acolhe os grupos que não têm estrutura, que precisam mostrar a sua
arte para poder buscar investimento. O Auditório agora tem um destino que é o
mesmo destino de um Governo que, desde o primeiro dia, renunciou a governar,
que propositalmente insiste que a cidade de Porto Alegre está quebrada,
deficitária, não funciona, que a Prefeitura é obsoleta e, ao lado disso, opera
políticas eletizadoras. A mesma política que cria grupo de elite nos
funcionários municipais, que dispensa funcionários qualificados, que muda de
lugar, que deixa sem trabalho, que desmonta trabalhos técnicos, difíceis,
preciosos, como as equipes da Cultura, como as equipes do DMLU, como as equipes
da SMAM, da Fazenda, que cria supersalários para pessoas importadas, superFGs
para funcionários de fora. Essa mesma lógica é a lógica para o equipamento público.
É o beneficiamento, sim, da empresa privada, da iniciativa privada, do lucro, é
abrir espaço público para o investimento de mercado. Essa é a lógica deste
Governo, e isso nós sabemos é fechar a oportunidade aos nossos grupos, no caso
da Cultura, aos grupos que tentam sobreviver, tentam se qualificar com tão
pouco investimento.
Na
outra ponta a gente vê a privatização, uma privatização barata, como é a
privatização da Usina do Gasômetro. Do mesmo jeito, renuncia-se a governar,
Ver. Dib. Num edital, de uma forma totalmente obscura, quarteou-se a Usina do
Gasômetro, entregando-a a grupos que eu acho que podem ter méritos, com certeza
os tem, são bons, mas privatizaram-se os espaços para uma única expressão, para
um número “x” de grupos; o Governo renuncia de governar. E ali então é a
privatização barata, porque a Usina está sendo depredada, o prédio da Usina não
tem quem cuide, está cada um com o seu grupo, com o seu espaço, com os méritos
que tem enquanto grupos, não é essa a crítica, mas é o Governo gestor o
responsável pela indução cultural, o responsável pela preservação do patrimônio
cultural desta Cidade. E ele abre mão de governar, por um lado, para a
iniciativa privada; por outro lado, para os grupos individuais, que privatizam
um menor espaço. A Cidade está largada por este Governo. Nós aqui pautamos
várias áreas, a da Saúde, a da limpeza urbana, e agora a Cultura sofre um outro
duro golpe, que a sociedade tem que se levantar e questionar.
Eu
quero por fim fazer um alerta: a comunidade da Vila Bom Jesus, Ver. Dr.
Goulart, que falava da Saúde, vai se levantar, porque está sendo entregue à
população um aviso de que o Pronto-Socorro da Bom Jesus passará a ter o seu
funcionamento pela metade, em pleno período de inverno, porque vai reformar a
área antiga. Toda a prevenção que se fazia à bronquite, às doenças
respiratórias, não está sendo organizada. Os funcionários serão deslocados de
postos. O atendimento, que ali já era pouco para aquela imensa população, vai
sofrer uma redução brutal. Crianças e idosos não terão o atendimento
fundamental exatamente no período do inverno. É uma gestão completamente
irresponsável da Saúde no Município de Porto Alegre.
A
cidade perdeu, a mudança foi para pior, e sacudam o Sr. Prefeito, que ele ande
na Cidade, porque ela nunca sofreu tanto com um Governo omisso, ausente e que
renuncia a governar, entrega à iniciativa privada. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, acabamos de chegar de um
evento que comemorou os 18 anos do PROSEPA, um Projeto socioeducativo da
Brigada Militar, por meio do qual a Brigada atende a adolescentes de 14 a 18
anos em situação de vulnerabilidade, carentes da nossa Cidade, da periferia,
sendo atendidos aqueles em que a renda familiar não seja superior a um salário
mínimo.
Esses
adolescentes, meninos e meninas, são inscritos na Brigada durante dois ou três
anos, eles têm oportunidade de fazer cursos profissionalizantes, marcenaria,
chapeação, mecânica, pintura. Com isso, esses adolescentes, no turno inverso,
porque são obrigados a estar educando, conseguem receber uma pequena receita
que vai ajudar na renda familiar.
Nós
nos envolvemos nesse Projeto em 1997, pela primeira vez, quando o Projeto
estava para terminar, porque houve um problema do seguro desses meninos, e, na
época, conseguimos os respectivos seguros, e o Projeto continuou em andamento.
Hoje há um grupo grande de patrocinadores, e estava lá o Grupo Gerdau, o Vontobel, a própria
FASC estava presente, mostrando que essas entidades públicas e privadas
conseguem dar um suporte de ordem financeira para que esse Projeto grandioso da
Brigada consiga ser levado a termo.
Esse Projeto é também estendido a vários
Municípios, e a Brigada Militar atende a mais de 450 crianças. E nós fomos
agraciados, hoje, como colaboradores do Projeto, pela Brigada Militar, mas o
que nós queremos colocar é que é um trabalho - e muitas vezes as pessoas não se
dão conta - anônimo, mas que, na realidade, resgata a cidadania e possibilita
que esses jovens tenham um futuro mais digno.
Ouvimos atentamente o depoimento de um ex-aluno que
participou do Projeto por três anos. Ele nos disse que, graças àquele Projeto,
hoje, ele, com 20 anos, está muito bem empregado numa empresa, disse-nos que
aquilo mudou a sua vida. Essas organizações vinculadas à Brigada sempre
trabalham em dois princípios, que é o princípio da hierarquia e da disciplina.
Muitas pessoas às vezes não gostam da questão da disciplina, porque acham que
são tutelados. Mas entendemos que, para a formação principalmente dos jovens, é
importante isso, porque desde criança tem que se aprender que não se pode fazer
tudo que se quer. Tem que haver regras, eu tenho que saber conviver com os
demais e respeitar determinados limites.
Então, mais uma vez, quero parabenizar a Brigada
Militar por esse Projeto, parabenizo o Coronel Gustavo, que é o responsável
maior dentro da Brigada. Projetos de relevância social como esse devem, sim,
ser bem-vindos e cada vez mais copiados, assim como nós temos, por exemplo, na
iniciativa privada, o Projeto Pescar, que, a cada ano que passa, atende a um
maior número de crianças. Na realidade, nós temos que criar políticas públicas,
geração de emprego para que grande parte dessa juventude possa ingressar num
futuro mercado de trabalho, já que o Programa Primeiro Emprego infelizmente não
deu certo no nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Antes de
apregoar, eu pediria que os
Líderes se aproximassem da Mesa dos trabalhos, porque temos de tomar uma
decisão importante. (Pausa.) Não obtivemos quórum para a votação, portanto está
encerrada a Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h23min.)
*
* * * *